Grupo de mobilidade CCR vai mudar a marca para Motiva

Mais associada a concessão de rodovias, companhia busca mais ligação com operações em aeroportos, trens e metrô

21/03/2025 – Valor Econômico

O Grupo CCR, uma das maiores companhias de infraestrutura de mobilidade do sexta-feira (21), um mês antes da assembleia geral que avaliará a mudança do nome. Caso os acionistas aprovem a iniciativa, a empresa adotará a nova razão social no dia 24 de abril e, em seguida, trocará o código da ação na bolsa de valores.

Ao todo, foram investidos R$ 4 milhões no ‘rebranding’ da marca que ainda hoje é muito associada à concessão de rodovias e pouco lembrada pelas operações em aeroportos, trens e metrô. “O estudo da nova marca começou há quase um ano”, conta o presidente do grupo, Miguel Setas, sobre a parceria com a agência FutureBrand, responsável pela reformulação.

Segundo o executivo, o nome escolhido tem origem no latim ‘motivus’, que significa ‘aquilo que move’ ou que ‘causa movimento’. “Está até na palavra ‘locomotiva’”, diz. O diretor e sócio da FutureBrand, André Matias, acrescenta que o propósito do grupo de melhorar a vida das pessoas com a mobilidade tinha que estar aparente na marca. “Não é uma ruptura com os 25 anos de história. É uma lógica de ascensão, de evolução.”

O grupo também vai fazer uma campanha publicitária para anunciar a novidade ao público em mídias de abrangência nacional. O plano de marketing contempla ainda a mudança de placas e letreiros nos escritórios, rodovias, ferrovias e aeroportos administrados pela companhia. “Esse processo é mais longo e só será concluído no ano que vem”, diz Setas.

A identidade visual também foi totalmente renovada. O cinza e bordô da marca darão lugar ao anil, cor que se distingue das concorrentes do setor que usam principalmente vermelho e verde. Já o antigo símbolo que remetia ao percurso de uma rodovia foi substituído por uma logomarca com três ondas que carregam ideias de fluidez e movimento.

“A CCR não representa mais o que somos hoje. Mas também tem muita confusão, com gente achando que somos Camargo Corrêa ou temos ligação com chineses, por causa dos dois ‘Cs’ no início da sigla”, diz Setas.

A entrada do executivo em 2023 – logo após a saída da empreiteira Andrade Gutierrez no ano anterior – foi o estopim para uma revisão da estratégia e do desempenho organizacional da CCR. Ao todo, foram criadas 26 frentes de trabalho que estabeleceram metas financeiras, operacionais e de sustentabilidade para os próximos anos.

barcas no Rio de Janeiro que, segundo Setas, era deficitário. Em contrapartida, o grupo estuda entrar no leilão das linhas 11,12 e 13 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em São Paulo. Os envelopes dos interessados serão entregues ao governo paulista na próxima terça-feira (25). A empresa também estuda manter a concessão rodoviária da MSVia, que administra a BR-163 no Mato Grosso do Sul. A concorrência está prevista para maio.

“No segundo semestre, haverá muitas outras [concorrências], inclusive a licitação de duas rodovias no Paraná, que vamos analisar.” Ele questiona se o mercado terá capacidade para absorver tudo que os governos estaduais estão colocando na agenda de concessão.

No quarto trimestre de 2024, o lucro líquido da empresa caiu 60,7%, para R$ 217,9 milhões R$ 360 milhões, uma retração anual de 8,6%. A receita líquida do grupo caiu 15,4% no trimestre, para R$ 3,8 bilhões. O faturamento líquido ajustado, que desconsidera reequilíbrios que impactaram o resultado de 2023, foi também de R$ 3,8 bilhões, mas com um aumento de 9,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No acumulado de 2024, a receita líquida ajustada alcançou R$ 14,54 bilhões, com alta de 10%. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 1,78 bilhão, com aumento de 25,7% na soma anual.