Governo do Estado de São Paulo iniciou o processo de rescisão contratual com a concessionária Move São Paulo (formada pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC), responsável pela construção da Linha 6-Laranja do Metrô.
A linha ligará o Centro da capital à Brasilândia e à Freguesia do Ò, na Zona Norte, passando pela Zona Oeste, com estações próximas a diversas universidades.
Em 2015, a Move São Paulo ficou com a missão de construir e operar a Linha 6 ao custo de R$ 8 bilhões, mas em três anos entregou apenas 15% da obra pronta. As empresas que formam a concessionária não conseguiram mais empréstimos para o financiamento de obras depois que passaram a ser investigadas pela Operação Lava Jato. Em setembro de 2016, a construção da Linha 6 foi precisou ser suspensa.
Nesta sexta-feira, o governo do estado de São Paulo informou que o Conselho Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas (CGPPP) autorizou o início do rescisão contratual da PPP da Linha 6 com a Move São Paulo.
Descumprimento de notificação
Segundo a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM), a medida ocorreu após o descumprimento da última notificação enviada à concessionária, que foi informada que deveria retomar as obras em 30 dias.
Em 2012, o Governo do Estado de São Paulo anunciou o projeto, que previa o início das obras para 2013 e conclusão em 2019, com a ligação entre a Vila Brasilândia, na Zona Norte, e a Liberdade, no Centro.
Em 2013, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) informou que as obras estavam previstas para começar em 2014, com conclusão em 2020. A construção da linha teve início, finalmente, em abril de 2015. Em junho de 2016, o Governo informou que a linha ficaria pronta com mais um ano de atraso. Em setembro do mesmo ano, o consórcio Move São Paulo suspendeu as obras.
Em 2017, executivos da Odebrecht disseram em delação premiada que as obras da Linha 6 – Laranja serviram para abastecer o esquema de propina da construtora, para influenciar políticos e financiar o caixa dois de campanhas eleitorais.
No final de 2017, um grupo asiático propôs retomar as obras, demonstrou interesse em comprar o consórcio e assumir integralmente o contrato de concessão da linha 6. Animado, o governo falava em retomar a obra em janeiro de 2018.
No início deste ano, o grupo brasileiro RuasInvest manifestou interesse em dividir a concessão com o grupo asiático. A previsão era de que a obra fosse finalmente retomada em março ou abril.
Em fevereiro, o governo informou que fracassou a negociação de venda da concessão da Linha 6 e que notificou o consórcio formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, a retomar as obras em 30 dias – o que não ocorreu.
Linha 6-Laranja
O trajeto terá 15 km de extensão e as seguintes estações:
Brasilândia
Vila Cardoso
Itaberaba-Hospital Vila Penteado
João Paulo I
Freguesia do Ó
Santa Marina
Água Branca
Pompéia
Perdizes
Cardoso de Almeida
Angélica
Pacaembu
Higienópolis-Mackenzie
14 Bis
Bela Vista
São Joaquim
O governo projeta que 29 trens irão atuar ao longo do percurso e atender 600 mil pessoas diariamente. Ela fará conexão com outras linhas da CPTM e do Metrô e com a Linha 4-Amarela.