O secretário de Estado de Cidades, Eduardo Chiletto, assinou a contratação, por R$ 3,8 milhões, da empresa KPMG Consultoria Ltda, que será responsável por uma consultoria especializada nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande.
O contrato e a ordem de serviço foram publicados no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (04).
De acordo com a publicação, a empresa irá preparar relatórios detalhados sobre a viabilidade financeira do modal, o cronograma de término da obra, a estimativa de demandas de operação durante os próximos 20 anos, uma proposta de integração do modal à matriz de transporte das duas cidades, bem como o cronograma de desembolso do Estado para a implantação do VLT.
Serão produzidos relatórios que descrevem se os documentos apresentados pelo consórcio, no que diz respeito à solução de problemas, são suficientes
Os primeiros relatórios da consultoria deverão ser apresentados pela empresa em 45 dias após o início dos estudos.
Já a análise final tem prazo de 120 dias para ser concluída e entregue ao Estado.
O estudo
De acordo com o secretário, o início do trabalho será focado na estimativa de término das obras de implantação do VLT.
“Também serão produzidos relatórios que descrevem se os documentos apresentados pelo Consórcio VLT, no que diz respeito à solução de problemas verificados pelo Consórcio Planservi-Sondotécnica, são suficientes. A análise técnica sobre os reajustes financeiros solicitados pelo consórcio construtor também está na lista da primeira etapa de trabalho”, disse o secretário por meio de nota.
Polêmica
A contratação da empresa esteve envolvida em uma série de polêmicas na Assembleia Legislativa.
Isso porque o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) apresentou o que ele disse ser um “dossiê” com uma série de denúncias contra a KPMG.
Segundo o parlamentar, haveria suspeitas de direcionamento na contratação da empresa. Ele disse que a equipe técnica da Secretaria de Cidades, responsável pelo Termo de Referência do certame, teria desaconselhado a contratação da empresa.
Em resposta, o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, negou o direcionamento e afirmou que o parlamentar estaria agindo de má-fé.
“Me causa estranheza a postura do deputado, quando ele vai contra uma auditoria sobre o VLT que é, pela primeira vez, séria. Fica parecendo que ele quer que alguma coisa que aconteceu fique escondida e não venha à tona”, afirmou, à época.
O VLT
O VLT deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes mesmo do início dos jogos da Copa do Mundo em Cuiabá.
Entretanto, os sucessivos atrasos levaram a gestão anterior do Governo do Estado a fazer um aditivo prevendo o término para 31 de dezembro do mesmo ano.
Porém, as obras foram paralisadas antes mesmo deste prazo.
A atual gestão estadual discute a questão na Justiça, visto que o consórcio construtor cobra pelo menos mais R$ 800 milhões para a finalização da obra.
O consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda, venceu a licitação realizada em junho de 2012, na modalidade do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que não permite aditivos, por R$ 1,447 bilhão. Deste total, R$ 1,066 bilhão já foram pagos.