O Presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores, participou do seminário “O futuro da Mobilidade Urbana após a pandemia – Impactos nas concessões de transporte sobre trilhos”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em parceria com o MetrôRio e a SuperVia, nesta 5ª feira (05/11), com transmissão pelo canal do YouTube da Firjan.
A abertura do evento contou com a participação do Presidente do Conselho de Infraestrutura da Firjan, Mauro Viegas; e dos presidentes do MetrôRio, Guilherme Ramalho; da SuperVia, Antônio Carlos Sanches; e do VLT Carioca, Márcio Hannas. Os presidentes das operadoras apresentaram o impacto da pandemia em seus sistemas e as medidas que estão sendo adotadas.
O Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, foi mediador do primeiro painel, “Mobilidade Urbana na pandemia – Como os sistemas de mobilidade urbana ao redor do mundo têm se adaptado ao novo normal?”, que contou com as palestras de Alex Barron, Diretor do Centro de Estratégia de Transporte da Universidade Imperial College, de Londres, e da Diretora da América Latina da Associação Internacional do Transporte Público (UITP), Eleonora Pazos.
Na abertura do painel, Joubert explicou que, durante a pandemia causada pela Covid-19, os operadores metroferroviários brasileiros tiveram perda de demanda em torno de 80%, hoje ainda está acima de 50%, representando uma perda de mais de R$ 6 bilhões, referente à receita tarifária. “No Brasil, a maioria das operações depende da tarifa e não tem subsídio. Dessa forma, ficamos em uma situação muito crítica”, explicou.
Alex Barron apresentou as estatísticas de redução mundial de demanda de passageiros e explicou que os sistemas registram uma recuperação muito lenta de demanda e que, em geral, apenas 30% dos metrôs do mundo recuperaram pelo menos 50% da demanda. Ele explicou ainda que, mesmo com os baixos níveis de demanda, os operadores mantiveram suas operações e intensificaram suas ações de limpeza de trens e estações, adotando tecnologias de desinfecção, citando como exemplos o uso de ultravioleta nos trens de Nova York e a instalação de esterilizadores automáticos de corrimãos em escadas rolantes em Seul, na Coreia do Sul. Em relação ao futuro, Barron abordou a importância de os sistemas sobre trilhos serem adotados como estruturadores dos corredores de transporte.
Em sua palestra, Eleonora Pazos apresentou um estudo da UITP sobre o futuro da mobilidade pós-covid, que aborda três pontos: os novos padrões de mobilidade esperamos ver no mundo pós-covid; para o mundo; as oportunidades para repensar os sistemas de mobilidade para se tornar mais sustentável, resiliente e centrado no ser humano; e como os operadores podem adaptar suas ofertas e operação para atender às necessidades pós-covid e aumentar a demanda. O levantamento feito por um grupo de estudo composto por 32 organizações, incluindo operadores. Ela explicou que entre as conclusões está a necessidade de reestruturação da governança de transporte, com a adoção de uma autoridade ou entidade que possa organizar os fluxos.
O evento conto também com a participação de:
• Delmo Pinho | Secretário Estadual de Transportes do Rio de Janeiro
• Murilo Leal | Presidente da Agetransp
• Jorge Rebelo | Lead Transport Specialist do Banco Mundial
• Washington Fajardo | Arquiteto e Urbanista – Harvard Loeb Fellow
• Caio Vassão | Arquiteto e Urbanista, consultor em projetos de inovação urbana, pesquisador (RITe-USP) e professor no IED-SP
• Diego Garcia | Gerente de Planejamento Estratégico e Inteligência de Mercado do MetrôRio
• Fernando Vernalha | Sócio na Vernalha Guimarães e Pereira
• Marcos Ludwig | Sócio na Veirano Advogados
• Maurício Portugal | Sócio na Portugal Ribeiro
• Anie Amicci | Gerente Setorial de Mobilidade do BNDES
• Bruno Navega | Comissão Especial de Direito Administrativo do Conselho Federal da OAB
A transmissão do evento está disponível neste link.
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