Financiamento do transporte, receitas e projetos foram debatidos no PMU

A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) participou do Parque da Mobilidade Urbana (PMU), evento realizado em São Paulo (SP), na 6ª feira (14/06).

O Presidente do Conselho da ANPTrilhos, Joubert Flores, participou do painel “A importância do transporte metroferroviário urbano para o desenvolvimento da mobilidade”, juntamente com Andre Costa, Diretor da ViaMobilidade Linhas 8 e 9; Eleonora Pazos, da UITP Latin America; e Mauricio Portugal Ribeiro, como moderador.

Os executivos debateram integração, formas de financiamento do transporte, receitas acessórias, estruturação de projetos, entre outros temas.

Joubert Flores ressaltou que os modos de transporte devem ser implantados de acordo com a demanda de passageiros na área a ser atendida: “Trilho contra pneu não existe. A mobilidade só com pneu não funciona e somente com o trem também não. É necessário o modo de transporte adequado à demanda e tem que ser de forma integrada, se complementando no atendimento à população”.

O executivo da ANPTrilhos explicou que os sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos estão sendo implantados em cidade prontas, onde exige uma série adequações com o meio. Implantar em sistemas em cidades que estão crescendo fica mais fácil. “É preciso ter planejamento para ter escala, mas é importante ter fontes de financiamento para a mobilidade. O transporte individual pode ajudar no financiamento do transporte público”. Ele explicou ainda que cidades como Londres e Cingapura instituíram o pedágio urbano e está contribuindo com o financiamento do transporte coletivo.

Ele ressaltou que o setor precisa buscar outras fontes de custeio e que para atrair a participação da iniciativa privada para os projetos é necessário melhorar o marco regulatório. “Os investidores precisam ter uma garantia que o pagamento pela contraprestação do serviço será feito”.

André Costa destacou que é necessário ter bons projetos para a atratividade: “Às vezes, você tem a fonte de financiamento, mas os projetos não são bons”. Ele explicou que o Metrô Bahia foi feito em 3,5 anos e que são poucos os sistemas que conseguem ficar prontos dentro de um governo.

Eleonora Pazos lembrou que os projetos metroferroviários são de alto custo, mas que trazem o retorno para os cofres públicos. Ela citou como exemplo a Elizabeth Line, em Londres, que foi um projeto caro, mas teve retorno para os cofres do Reino Unido, assim como atende os deslocamentos da cidade. Ela explicou ainda que na Europa 50% do transporte é financiado o custo operacional do sistema.

Costa ressaltou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) está fazendo o Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, que tem como objetivo expandir investimentos na infraestrutura de mobilidade, melhorar a qualidade do serviço e atrair mais passageiros para o transporte público em 21 metrópoles brasileiras com população superior a 1 milhão de habitantes.

Joubert complementou explicando que o BNDES quer reconhecer os projetos para que possa financiar a estruturação e a execução. A ANPTrilhos apoia o estudo do banco de fomento.

O PMU foi realizado pela Connected Smart Cities e pelo Mobilidade Estadão.

painel “A importância do transporte metroferroviário urbano para o desenvolvimento da mobilidade”. Foto: Divulgação/PMU
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