Com investimento de R$1,36 bilhão no trecho de 260 quilômetros que liga Rondonópolis a Cuiabá, a Ferrovia Senador Vuolo, Ferrogrão, ganha projeção real para implantação. Seu funcionamento deverá impulsionar a industrialização no Estado e resolver um dos maiores gargalos para o agronegócio no Estado: a logística de escoamento.
Todavia, entre as novidades que mais chamou atenção é a tese em defesa do transporte de passageiros de Cuiabá até Rondonópolis e vice-versa, num segundo momento. O trajeto deverá ser realizado em tempo médio de 5h30.O assunto foi debatido em audiência pública realizada nesta segunda-feira (6), pelo Fórum Pró Ferrovia Senador Vuolo, com aval da agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), na Capital.
O presidente do Fórum Pró Ferrovia Senador Vuolo, Francisco Vuolo, explicou que o modal seguirá passará primeiro em Rondonópolis, chegando a Cuiabá e subindo para o Norte de Mato Grosso – primeiro, Sorriso e, depois, Sinop e Miritituba (PA). “A Ferrovia foi desmembrada, e entregue para concessão, de volta para o governo federal, o que permitiu novas oportunidades para novas ferrovias, como a Ferrogrão.” Os Estudos, segundo ele, foram realizados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Agora a equipe aguarda um posicionamento do Tribunal de Contas da União (TCU), relativo operadora responsável pela malha paulista, que se estende de Mato Grosso ao Porto de Santos. A expectativa é que o contrato seja prorrogado por mais 30 anos, o que deverá garantir investimentos no Estado.
Vuolo reforça que o grupo trabalha para o fortalecimento dos modais, considerando os meios terrestres e aquáticos. “Não podemos pensar em um Estado como o nosso, tendo a produção transportada apenas por caminhões. Precisamos dos caminhões, de ferrovias e hidrovias. A ferrovia Senador Vuolo transporta hoje 18 milhões de toneladas entre milho, soja, farelo, combustível e outros elementos. Nós precisamos de uma malha ferroviária cortando todo o Estado”, ponderou.
A presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá, Margareth Buzetti, defende que o modal é uma das maneiras de industrializar a região . “Nós precisamos de todos os meios de transportes, temos distâncias continentais no país. No interior do Estado há a industrialização do agronegócio, a capital é um polo de serviços e concentra outros tipos de indústria, então você leva grãos e vem com outros produtos para serem industrializados”, argumentou Margareth Buzetti.