Num ano cheio de inaugurações e que deve ser o de maior expansão da malha metroferroviária na Grande São Paulo, vários outros projetos permanecem em suspense por variados motivos. Um deles é a expansão da Linha 2-Verde até Guarulhos. Com 14 km de extensão e 13 outras estações, o projeto deve tornar a linha a maior do Metrô com cerca de 29 km no total e 27 estações. Mas sua execução está suspensa desde 2014 quando a crise econômica começou a afetar o país.
Desde então, a obra, que já teve até contratos assinados, é adiada ano após ano na expectativa de uma melhora no cenário econômico. O problema é que algumas construtoras que venceram o certame não andam bem das pernas ao mesmo tempo que o governo do estado não possui hoje verbas para ao menos iniciar um primeiro trecho de quatro estações – o financiamento obtido junto ao BNDES foi repassado para a Linha 5-Lilás.
Há quase um ano, a Secretaria de Transportes Metropolitanos estuda uma mudança no projeto, que deixaria as mãos do Metrô e seria uma nova PPP (Parceria Público-Privada), mas a decisão deverá ficar para o próximo governador, como adiantou o secretário da pasta, Clodoaldo Pelissioni, ao blog durante a inauguração da estação Higienópolis-Mackenzie. “Estamos estudando se vamos contiauar com as obras públicas ou se vamos eventualmente estudar via PPP”, explicou. “Com recursos, o próximo governo poderá decidir como fará esses dois investimentos (também a Linha 18-Bronze), admitiu Pelissioni. O monotrilho do ABC depende agora de um financiamento para as desapropriações que ficou travado por questões burocráticas junto ao governo federal.
Ainda não está claro como seria feita a modelagem dessa PPP da Linha 2 afinal o ramal já tem um trecho importante funcionando e, em tese, será ampliado.
Conceder apenas uma parte de uma linha é uma hipótese nova e que nunca foi explicada pelo governo. Haveria uma segregação das duas linhas de forma a que os passageiros desembarcassem na primeira estação ‘privada’ para seguir para outro trem? Ou a ideia é conceder toda a linha? São detalhes que ainda serão revelados caso seja essa a opção adotada para expandi-la.
Legado de 28 estações em obras
Pelissioni, no entanto, fez questão de afirmar que o próximo governo herdará um grande pacote de linhas e estações em obras: “Nós vamos deixar em obras a Linha 6-Laranja com 15 estações, o monotrilho da Linha 17 que será entregue em 2019, estação Vila Sônia da Linha 4, a estação Iguatemi da Linha 15, que vamos licitar este ano, vamos deixar a estação Francisco Morato em obras (L7) e as duas estações da Linha 9-Esmeralda que estamos retomando as obras, apesar dos problemas do PAC”.
Serão 28 estações e quase 30 km, segundo o secretário. A mais importante delas, a Linha 6-Laranja, deve ter as obras retomadas nos próximos meses assim que o novo consórcio, que reúne o grupo chinês CREC, a japonesa Mitsui e a empresa brasileira RUASinvest, assumiu o projeto da concessionária Move São Paulo.
Estações e linhas que ficarão para a próxima administração
* Linha 2 (Expansão até Guarulhos com 14 estações): sem previsão de início
* Linha 4 (Estação Vila Sônia): entrega em dezembro de 2019
* Linha 6 (nova linha com 15 km e 15 estações): obras devem ser retomadas este ano, mas entrega não tem nova previsão
* Linha 7 (nova estação Francisco Morato): obras retomadas com entrega prevista para 2020
* Linha 9 (duas estações no extremo sul): obras devem ser retomadas este ano
* Linha 15 (estação Iguatemi): licitação da nova estação em 2018, demais estações sem previsão
* Linha 17 (trecho 1 com oito estações): entrega no final de 2019. Demais trechos sem previsão
* Linha 18 (nova linha com 14 estações): depende de financiamento para a PPP.