O governo sul-coreano, interessado em fornecer locomotivas e carros para o projeto do governo do Estado que irá ligar por ferrovia as regiões metropolitanas de Campinas, Vale do Paraíba, São Paulo e Santos, o chamado trem intercidades, vai levar uma comitiva brasileira para visitar a Coreia do Sul em abril. A proposta é firmar convênio em parceria com o governo estadual para aprofundar os estudos do trem intercidades. O investimento necessário para ligar as regiões por trens de passageiros está estimado em R$ 20 bilhões. A informação foi divulgada pelo prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB), após reunião na semana passada com o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni e está no site da Prefeitura local. Barbieri foi convidado para integrar a comitiva. Araraquara vai inaugurar, no final de março, uma fábrica de trens da sul-coreana Hyundai Rotem. O Correio não conseguiu contato nesta segunda-feira (8) com Pelissioni.
O projeto do trem intercidades está passando por novos detalhamentos, a pedido do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas. Há vários entraves a serem resolvidos antes de o comitê aprovar essa PPP, entre elas, a liberação pelo governo federal das faixas de domínio da extinta Rede Ferroviária Federal por onde circulam os trens de carga. Segundo o governo do Estado, na faixa de domínio cabem cinco linhas — há duas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que vai até Jundiaí, há o trem de cargas e ainda há espaço para o trem de média velocidade, de 120 quilômetros por hora. O projeto prevê que as obras tenham início no trecho que liga Americana a São Paulo. Serão 431 quilômetros de ferrovia que ligarão Americana a Santos, Taubaté a Sorocaba e que se cruzarão em São Paulo. O trem sairá de Americana, passará por Santa Bárbara, Sumaré, Hortolândia, Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí e chegará à Capital paulista. O custo previsto para interligar a macrometrópole formada pelas quatro regiões metropolitanas — Campinas, Vale do Paraíba, São Paulo e Santos — está estimado em R$ 20 bilhões, sendo R$ 4 bilhões de recursos públicos.
Na eventualidade de o empreendimento atrair o setor privado, todos os estudos e projetos do trem regional entrarão como contrapartida do governo no intercidades. Governo do Estado ainda não tem data para licitar o projeto. As regiões metropolitanas de Campinas, São Paulo, Santos e São José dos Campos, somadas à cidade de Sorocaba respondem por 53% da frota estadual de veículos e 63% de toda a população do Estado de São Paulo. Essas regiões possuem fluxo contínuo entre elas, principalmente entre a região de São Paulo e demais. No cronograma inicial do governo do Estado, a previsão era iniciar em 2014, o trecho de 90 quilômetros ligando a Campinas, cuja construção estava prevista para iniciar em 2015 e na sequência, mais 25,4 quilômetros ligando o ABC, para que começasse a operar em 2018. As outras ligações começariam na sequência, até a conclusão final em 2020. Entraves técnicos adiaram o cronograma. Segundo o edital de chamamento público publicado em 2012, as extensões operacionais Campinas-Americana e São José dos Campos-Taubaté deveriam ser estudadas quanto à sua viabilidade e poderão ser implantadas antes da rede chegar nestas cidades, caso estas linhas possuam demanda local. Em função dos traçados conectando Campinas e São José dos Campos à Região Metropolitana de São Paulo estarem próximos dos Aeroportos de Viracopos e Guarulhos respectivamente, e por agregarem uma demanda potencial ao sistema como um todo, deverá ser avaliado a implantação de estações dos trens regionais nesses dois aeroportos.