Os empresários do setor de transportes enxergam a economia se recuperando em ritmo mais lento do que o esperado, levando a uma baixa confiança na gestão da economia do país. A análise consta de pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O levantamento mostra que 59,8% dos entrevistados apontaram ter “baixo grau de confiança” na gestão econômica do governo federal, sendo que 47,3% disseram que houve diminuição nessa confiança neste ano.
Embora 54,8% dos entrevistados tenham dito esperar aumento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem, 38,9% acreditam que esse movimento só será “percebido” em 2019. Foram entrevistados representantes de 823 empresas do setor, em seus diferentes modais, entre 16 de outubro e 10 de novembro.
A sondagem ouviu representantes de 823 empresas de transporte rodoviário de cargas e passageiros, ferroviário de cargas, aquaviário (navegação marítima e interior), aéreo de passageiros e serviços de transporte urbano de passageiros por ônibus e metroferroviário, entre os dias 16 de outubro e 10 de novembro, em todo o país.
Do total de empresas transportadoras entrevistadas, 76,3% informaram aumento no custo operacional, 32,8% revelaram ter registrado queda de receita e 42,3% disseram que a produtividade se manteve estável em 2017. Para 2018, a maior parte das empresas (54,8%) informou que pretende apenas manter o tamanho da frota, enquanto 32,1% delas planejam abrir postos de trabalho.
Larga maioria (86,9%) considera que a crise política afetou negativamente o desempenho do setor transportador e 85,4% dizem não acreditar que as ações adotadas pelo governo na área de infraestrutura sejam suficientes.
A pesquisa destaca fatores como interferência política nas agências do governo (65,2%), excesso de burocracia para começar a obra (54,8%) e dificuldade em obter licenças ambientais (31,3%) como os principais entraves para as obras.