Responsável por fazer o trajeto entre Rio Grande da Serra e o Brás, a Linha 10 – Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) apresentou, nos últimos cinco anos, acréscimo de 10,24% na média diária de usuários. Levantamento da companhia aponta que a quantidade de embarques feitos em dias úteis saltou de 330,1 mil em 2010 para 363,9 mil neste ano. Apesar disso, se levado em consideração o crescimento de 15,49% da população da região no período, que representa 55% dos usuários da linha, é possível afirmar que o aumento foi inexistente.
De janeiro a outubro, 12,67% dos mais de 694 milhões de passageiros que usaram a CPTM para se locomover entre a região metropolitana de São Paulo embarcaram em uma das estações da Linha 10 – Turquesa, que no acumulado do ano já transportou 87 milhões de pessoas.
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Ao todo, 202,6 mil usuários embarcam todos os dias em estações de uma das cinco cidades da região (veja gráfico ao lado). O índice representa 7% do total de passageiros em dia útil de todo o sistema da CPTM, que atende 22 municípios, engloba seis linhas e 92 paradas.
Para a especialista em Mobilidade Urbana e professora da UFABC (Universidade Federal do ABC) Silvana Zioni, o número de usuários diante de cenário nada atrativo evidencia a importância que o sistema de trens metropolitanos tem para o Grande ABC. “A CPTM continua crescendo, mas de forma tímida. O que podemos concluir desse levantamento é que, apesar da superlotação, falta de investimentos em acessibilidade e renovação da frota, entre outros fatores, o morador da região ainda é muito dependente do sistema. Em um momento em que o trânsito está cada vez pior, usar o trem lotado é a melhor saída.”
Entre 2014 e este ano, o crescimento foi tímido, sinalizando estabilidade. Enquanto no ano passado, de janeiro a outubro o sistema transportou diariamente 355,6 mil pessoas, neste ano a média foi de 363,9 mil, aumento de 2,33%.
“Imagina se as estações tiverem acessibilidade e menores intervalos entre cada trem. O sistema, com certeza, seria impulsionado. Já vimos isso quando foi inaugurada (em setembro de 2010) a Estação Tamanduateí e usuários da região ganharam mais praticidade para chegar à Capital”, relatou a especialista.
A auxiliar de cozinha Lorinalda dos Santos Silva, 36 anos, é uma das usuárias que se mantêm fiéis ao sistema da CPTM. “É a melhor forma para ir a São Paulo. É rápido e tem custo mais em conta que o ônibus. Além disso, saio às 23h do trabalho, então é o meio mais seguro nesse horário para chegar a Mauá a tempo de pegar o ônibus.”
Para a auxiliar de serviços gerais Armanda Ribeiro Bastos, 28, o tempo gasto entre o trajeto de casa para o trabalho também é o principal atrativo. “Pego o trem porque é o mais ágil. Se colocarem mais vagões, ficará melhor ainda.”
Apesar disso, a superlotação ainda é lembrada por usuários. “É muito lotado. Até mesmo quando volto do serviço, por volta das 14h, encontro vagão cheio”, relata a assistente social Silvia Lima, 40.
Burocracia emperra obras de modernização das estações
Com o objetivo de melhorar a infraestrutura do sistema, a CPTM está com projeto para renovar a arquitetura de suas estações, a fim de comportar maior volume de usuários. Entretanto, a liberação da verba para modernização dos espaços está emperrada.
De acordo com a companhia, os projetos ainda aguardam a liberação dos recursos do OGU (Orçamento Geral da União), prometidos por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, para as obras da Linha 13-Jade, da extensão da Linha 9-Esmeralda, implantação da Estação União de Vila Nova, na Linha 12-Safira, e para a reconstrução de 18 estações.
Os recursos para modernização das paradas, entre as quais estão seis da Linha 10 (Ipiranga, Utinga, Prefeito Saladino, Guapituba, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), são de R$ 590 milhões. Em abril, o Ministério das Cidades publicou diretriz solicitando que a CPTM apresente toda a documentação técnica à Caixa Econômica Federal antes de assinar o termo de compromisso.
Agora a companhia aguarda análise desses documentos por parte do governo federal.
Em relação às estações São Caetano, Mauá, Capuava e Prefeito Celso Daniel – Santo André, a CPTM está na fase de conclusão dos projetos e elaboração dos editais para licitar as obras. O cronograma de execução será definido a partir das datas de assinaturas de todos os contratos.