A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) irá transferir à iniciativa privada a operação da ciclovia do rio Pinheiros, com 21,5 quilômetros, que corre paralelamente à Linha 9-Esmeralda. No dia 31 a CPTM vai lançar o edital com a chamada pública para receber propostas de interessados em assumir a via.
A análise deve levar cerca de 30 dias, quando a CPTM irá divulgar o projeto selecionado. Vencerá a concorrência quem apresentar a melhor proposta de benfeitorias e serviços a serem feitos para atender o usuário. A estimativa é que em até sete meses – devido aos prazos para recurso – seja assinado o contrato com o vencedor da concorrência.
Os serviços serão executados por meio de cooperação técnica válida por dois anos, podendo ser renovada pelo mesmo período. Não haverá pagamento de outorga para assumir a via.
“Não vamos receber nada em troca. Simplesmente vamos deixar de operar a ciclovia”, disse ao Valor o presidente da CPTM, Paulo de Magalhães. A operação custa hoje quase R$ 200 mil por mês à estatal paulista. A receita da empresa selecionada virá da veiculação de publicidade institucional.
Magalhães disse que a decisão de transferir a operação foi da CPTM e não do mercado. A intenção ao agregar parceiros, afirmou, é oferecer um serviço melhor e aumentar o uso do modal.
Desde que a ciclovia foi inaugurada, em 2010, mais de 2,5 milhões de ciclistas já percorreram a via. Nos fins de semana, são cerca de 4 mil pessoas, com média mensal de 43 mil bicicletas.
A ciclovia tem hoje seis acessos e seis pontos de apoio ao longo do trajeto, com banheiros e bebedouros. Dispõe de 45 vagas para carros no estacionamento. A ideia é que a empresa que assumir a operação melhore a estrutura e os serviços, agregando melhorias.
Entre as possibilidades levantadas pela CPTM, está, por exemplo, a melhora da iluminação, com um sistema autônomo de energia limpa. Dessa forma, a via poderia ser aberta à noite. Hoje, o funcionamento é das 5h30 às 18h30 e, durante o horário de verão, das 5h às 19h30.
Outras possíveis medidas são a instalação e manutenção de calibradores automáticos de pneus e equipamentos que liberam gotículas de água. Estações de ginástica que possam complementar a atividade física dos usuários e até uma passarela, para facilitar o acesso, são consideradas.