O projeto Paisagismo como infraestrutura de drenagem nas estações ferroviárias – Jardim de Chuva da CPTM, premiado por Melhores Práticas 2021 pela Associação Internacional de Transporte Público (UITP Latin America), foi tema de palestra no evento UITP Latin America Event 2022-Hybrid Experience nesta segunda-feira (06/06), em São Paulo. Durante o evento, também foi feita a cerimônia oficial de entrega do prêmio à CPTM.
A palestra ministrada por Marcela Alonso, Chefe de Departamento de Projetos de Edificações, responsável juntamente com sua equipe pelo desenvolvimento e implantação da iniciativa, mostrou a importância das áreas verdes nas edificações da CPTM, que tem a função de contribuir com a drenagem urbana, diminuir os impactos das chuvas fortes, melhorar o conforto ambiental, a limpeza da água e do ar, além de fomentar a biodiversidade da paisagem local.
O jardim de chuva é uma tipologia da Infraestrutura Verde, uma rede interconectada que utiliza os sistemas naturais para mimetizar e adaptar as funções ecológicas e hidrológicas promovendo uma série de serviços fundamentais para o bom funcionamento da cidade. “Esses jardins são construídos para funcionar como uma espécie de esponja, que recebem a água do piso no seu entorno, auxiliando na drenagem superficial. Isso ajuda o sistema urbano de drenagem, levando essa água bem mais limpa para o lençol freático”, explica Marcela Alonso.
A estação Jaraguá, da Linha 7-Rubi, foi escolhida como projeto piloto, já que seu acesso principal era passível de alagamentos e possuía um canteiro lateral nivelado com o piso. Com o resultado positivo, criou-se um projeto padrão do jardim de chuva para facilitar sua especificação nos projetos em elaboração na Gerência de Projetos da CPTM.
Além do benefício para os municípios onde estão as estações, os jardins de chuva têm baixo custo de implantação. A CPTM elaborou a Diretriz de Paisagismo e Urbanização e um projeto padrão para canteiros pluviais que podem ser inseridos em pequenos espaços nas áreas verdes externas às edificações niveladas com o piso. “Resumidamente, abrimos os espaços, inserimos brita, manta geotêxtil, terra preparada e as plantas, que são de espécies nativas e resistentes. É algo simples que pode trazer muitos benefícios não apenas para os nossos passageiros, mas para a população em geral. Após sua implantação, o grande desafio é garantir sua manutenção”, diz Marcela.
Com os jardins a água da chuva é filtrada naturalmente chegando limpa ao lençol freático, sem sobrecarregar o sistema de drenagem das cidades, uma vez que não escoam com a sujeira das ruas pelas galerias pluviais, evitando alagamentos.
Jardim de chuva nas estações
O jardim na estação Jaraguá foi finalizado em outubro de 2019, e no período das chuvas fortes de verão mostrou-se eficiente, além das espécies terem se adaptado. A estação não só reduziu o seu problema de alagamento, como também ganhou uma nova paisagem, fomentando o bem-estar dos passageiros e a biodiversidade local. Nesta estação foram implantados painéis na área pública explicando as funções do jardim de chuva para que os passageiros entendam sua importância e preservação e valorização, e de alguma forma, possam replicar esta prática.
Atualmente, os jardins de chuva da CPTM estão localizados nas estações Jaraguá e Caieiras (Linha 7-Rubi) e Ribeirão Pires (Linha 10-Turquesa), além de um prédio na Estação Luz, que atende as Linhas 7-Rubi e 11-Coral.
Estão sendo implantados jardins de chuva nas obras de adequação em andamento das estações Prefeito Saladino, Capuava, São Caetano e Utinga (Linha 10-Turquesa) e Engº Manoel Feio (Linha 12-Safira). Além disso, serão incluídos nos projetos em elaboração de adequação das estações Mauá, Santo André (Linha 10-Turquesa), estação Aracaré (Linha 12-Safira) e Plataforma 5 da estação da Luz (Expresso Aeroporto).
Os Pátios de Mauá, na Linha 10-Turquesa, e Guaianases, na Linha 11-Coral, também contarão com a premiada iniciativa.
07/06/2022 – CPTM