Resultados do segundo trimestre do grupo apresentaram avanço, impulsionado por maior movimentação de concessões e início de operação de novos contratos

Em 2022, a CCR elegeu como principais alvos cinco licitações. A primeira delas é a sétima rodada de aeroportos, marcada para a próxima quinta-feira (18), e que inclui o aeroporto de Congonhas. A segunda é a concessão rodoviária do lote Noroeste Paulista, agendado para 15 de setembro.

Os outros três ativos ainda não têm previsão de leilão. Porém, há a expectativa de que ainda possam ser licitados neste ano. São eles: dois blocos de concessões das Rodovias do Paraná e, por fim, a Linha 7-Rubi, do Metrô de São Paulo, que deverá ser licitada junto com o Trem Intercidades.

Esta é a lista de prioridades considerando apenas a perspectiva deste ano. Se ampliado o cenário para 2023, há outros ativos rodoviários e aeroportos federais que interessam, afirma Flavia Godoy, superintendente de relações com investidores. “A companhia está com um balanço confortável. Há uma gama extensa de oportunidades, mas a CCR será seletiva.

O cenário de juros elevados é um desafio. “Sem dúvida é um momento mais apertado para novas oportunidades. Tudo é precificado. Porém, parece que estamos próximos do fim desse ciclo de aumento de juros”, afirma.

Questionada sobre a possibilidade de aportes dos acionistas para financiar a expansão – considerando a saída da Andrade Gutierrez do capital e a entrada de Votorantim e Itaúsa -, Godoy destaca que a operação que alterará o bloco de controle ainda não foi concluída e aguarda a aprovação de autoridades. Porém, ela diz que hoje a visão do grupo é que cada negócio precisa “ser sustentável por ele mesmo”.

No segundo trimestre, a CCR teve lucro líquido de R$ 291,3 milhões, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período de 2021. A receita líquida subiu 32,7%, para a R$ 3,088 bilhões. A alavancagem, medida pela dívida líquida pelo Ebitda ajustado encerrou o trimestre em 1,8 vez, contra 2,3 vezes há um ano.

A melhora dos resultados reflete a maior movimentação das concessões, assim como o início de operação dos novos ativos. A concessão das linhas 8 e 9 da CPTM começou em janeiro. O contrato da Rio-São Paulo (ex Dutra) teve início em março, assim como dois blocos de aeroportos arrematados em 2021. Já Pampulha começou a operar em maio. No segundo trimestre, esses novos contratos geraram receita bruta de R$ 667 milhões.

12/08/2022 – Valor Econômico