Dentro de um ano, o grupo de infraestrutura CCR tem a intenção de entregar a linha 2 do metrô de Salvador, capital baiana, passando a operar o terceiro maior sistema metroviário do país, com 41 km de extensão quando ganhar mais dois pequenos trechos. Fica atrás apenas dos metrôs de São Paulo e do Rio.
Após vencer a licitação da parceria público-privada em 2013, por meio da concessionária CCR Metrô Bahia, o grupo sediado em São Paulo revitalizou e concluiu a inacabada linha 1 do metrô baiano, passando a operá-la com oito estações desde o início deste ano. Atualmente, já tem 40% de avanço nas obras da linha 2, que em seu traçado começa na estação Acesso Norte, da linha 1, e vai por 20 km até o aeroporto de Salvador, com plano de avançar até o município de Lauro de Freitas.
Luís Valença, presidente da CCR Metrô Bahia, diz que no momento o projeto metroviário conta com mais de 8 mil empregados, entre diretos e indiretos. A força de trabalho está espalhada, a grande parte, na obra em curso e na operação e manutenção da linha 1. A concessão tem prazo de 30 anos, sendo 25 anos de gestão do sistema contados desde janeiro deste ano.
O investimento total no empreendimento, que terá 23 estações, sendo dez com integração de ônibus, é de R$ 4 bilhões.
Desse valor, ficou a cargo da CCR o montante de R$ 1,8 bilhão. O restante está dividido entre o governo federal, com R$ 1,2 bilhão, e o Estado da Bahia, com mais R$ 1 bilhão.
Quando a linha 2 estiver pronta, o transporte de passageiros no sistema vai superar 500 mil pessoas ao dia, informa Valença, executivo que está no grupo CCR desde 1998. Assumiu o cargo atual em fevereiro de 2015, época do início das obras da linha 2. “Para Salvador, será um sistema estruturante que vai reorganizar o atual modelo de trânsito na cidade, muito complicado e congestionado”, diz o executivo.
Estão previstos 40 trens para o sistema, sendo 34 fornecidos pela concessionária. A fabricante é a sul-coreana Hyundai Roten, com unidade em Araraquara, interior de São Paulo, onde faz a nacionalização e a montagem dos equipamentos que são fabricadas na Coreia do Sul. Ao ganhar a concessão, a CCR recebeu metade da linha 1 pronta e seis trens de transporte.
Com um novo lote que acaba de chegar a Salvador, a empresa adiciona 20 equipamentos à frota anterior.
Segundo a concessionária, até dezembro devem estar concluídas e prontas para operação as estações do primeiro trecho da Linha 2: Acesso Norte, Detran e Rodoviária. As nove restantes têm previsão de serem entregues ao longo de nove meses de 2017.
Valença diz que a geração de empregos diretos na operação do metrô baiano passará dos atuais 1 mil para 1,8 mil quando estiver totalmente concluído. Ele estima mais três mil a quatro mil postos indiretos.
O governo estadual tem plano de expandir, para além da concessão atual, mais duas estações na linha 1 (Brasilgás e Águas Claras/Cajazeiras) e uma na linha 2, a de Lauro de Freitas. As extensões serão também operadas pela CCR Metrô Bahia.
Os projetos dependem de o governo fazer licitações para as obras de construção, informa o diretor.
Com o metrô de Salvador, o grupo CCR passa a ser operador em sistemas de transporte de três cidades. Já opera a linha 4, Amarela, do metrô paulistano, ainda com quatro estações inacabadas pelo governo paulista, e tem participação no consórcio que operar o VLT do Rio de Janeiro.
Presente em vários tipos de concessões de infraestrutura no país, a CCR está na gestão de várias rodovias, como o sistema Anhanguera-Bandeirantes e a Dutra, e de aeroportos, como o de Confins, ao lado de Belo Horizonte. Com o metrô baiano, não é por menos que a licitação do aeroporto de Salvador é a que mais atrai o grupo entre as quatros que o governo federal pretende oferecer. A companhia tem como acionistas controladores Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Serveng- Civilsan (do grupo Soares Penido).