O Tempo Sports fez o trajeto de metrô, ônibus especial e transporte por aplicativo e conta como foi cada um
Por Bruno Daniel | Frederico Teixeira |Raíssa Pedrosa | Raquel Penaforte
A mobilidade no primeiro jogo oficial da Arena MRV foi o grande ponto colocado à prova fora de campo. Cerca de 1 hora e 30 minutos antes do início da partida entre Atlético e Santos, a fila de carros para a entrada no estacionamento do estádio se estendia por quilômetros. A reportagem de O Tempo Sports fez o trajeto de ida e volta usando três dos principais serviços disponíveis: metrô, ônibus Conexão Arena MRV, oferecido pelo estádio, e transporte por aplicativo.
O metrô se mostrou o meio mais eficiente e econômico de se chegar ao estádio, apesar da falta de placas indicativas, faixas de pedestres e semáforos, além de trechos com pista em péssimas condições de acessibilidade para pedestres. Os trens circularam com intervalo menor entre as viagens (de sete em sete minutos) e não houve aglomeração.
Após descer na estação Eldorado, em Contagem, na região metropolitana – terminal mais indicado pela BHTrans –, o torcedor precisou fazer o trajeto a pé até a Arena. Para isso, a BHTrans interditou parcialmente a faixa da direita da Via Expressa, no sentido Belo Horizonte, desde a estação até a chegada ao elevado da Massa, que dá acesso ao estádio.
O designer gráfico Vítor Geovane Diniz Rodrigues, 30, elogiou a sinalização em boa parte do trajeto. “Desde a saída do metrô, já tinha um pessoal sinalizando qual sentido a gente tinha que seguir. Havia bastante cone para os pedestres”, opinou. Em contrapartida, ele relatou que não viu nenhuma sinalização para torcedores que chegaram à estação Eldorado pela parte de cima, na rua Jequitibás.
O trajeto de volta da Arena MRV de metrô também teve aprovação dos torcedores. O analista de sistemas Hugo Taciano de Souza, 37, admite que a distância entre a estação Eldorado e a Arena MRV é um pouco grande – 1,7 km. Mesmo assim, para ele, o metrô é viável. “Foi bem tranquilo”, resumiu Souza.
Ônibus Conexão é elogiado, mas bem mais caro
Outro meio de transporte elogiado pelos torcedores foi o Conexão Arena MRV, ônibus executivo disponibilizado pelo estádio. No entanto, o custo de ida e volta dele – R$ 45 para sócios-torcedores e R$ 65 para não sócios – é bem superior ao do metrô (R$ 10,60 as duas passagens).
Oito ônibus partiram com cerca de 400 torcedores de diversos pontos da cidade: Buritis, Castelo, Lourdes, Pampulha, Ipiranga, Sion, Savassi e Vila da Serra. A reportagem acompanhou o trajeto dos dois executivos que saíram da Sede do Atlético, em Lourdes. Para ter acesso ao ônibus, era preciso comprar a passagem antecipadamente e, por conta disso, não houve fila de espera, lotação nem atraso na saída para o estádio. No desembarque, os ônibus pararam exatamente no local onde os torcedores tinham que entrar no estádio.
“Funcionou bem. Fui a pé até a Sede do Galo. Na volta, o acesso foi muito fácil. Minha opinião é que se mantenha o serviço, porque vale a pena diminuir o fluxo de transporte individual e priorizar o transporte coletivo”, disse Flávio Oliveira, 40 anos.
Para Marcelo Dornelas, 58 anos, a localização do transporte especial na esplanada da Arena MRV foi essencial. “Saímos do estádio de frente para o ônibus. Fizemos um teste e foi muito bom”, concluiu.
A ida da reportagem de transporte por aplicativo, da praça da Estação, no Centro de BH, para a Arena MRV, foi rápida (15 minutos) e sem contratempos – embora 50% mais cara do que em um horário convencional. Já deixar o estádio não foi tarefa fácil. A falta de internet no local e o grande volume de torcedores querendo voltar para casa na mesma hora fizeram com que o tempo para conseguir um carro chegasse a 1 hora de espera.
O empresário Lucas Salada, que foi ao local com o filho e um amigo, teve dificuldades para conseguir voltar para casa. “Não está fácil. Já tive corrida cancelada, e o preço não para de subir”, comentou.
28/08/2023 – O Tempo (MG)