O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrará o ano de 2023 com o maior volume de aprovação e de desembolso na área de infraestrutura em valores nominais de toda a série histórica, desde 1995. As aprovações para transportes, logística, mobilidade e saneamento devem fechar o ano em R$ 37,5 bilhões, crescimento de 8,4% em relação ao ano passado, e o desembolso em R$ 23,9 bilhões, aumento de 115%, comparado ao mesmo período.
“O novo PAC, lançado pelo presidente Lula, abriu espaço para o início de um novo ciclo de investimentos para impulsionar o desenvolvimento. O BNDES é agente fundamental desse processo e tem, historicamente, mais de 80% de seus valores desembolsados destinados a novos investimentos”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Somado a este desempenho, em 2023, foram aprovadas 51 operações com foco em transição energética e clima, totalizando R$ 19,6 bilhões. O montante já aprovado representa aumento de 62% sobre o total aprovado em 2022. O volume desembolsado até o último dia 22 foi de R$ 11,7 bilhões.
Esses dados vêm no mesmo momento em que foi divulgado o Livro Azul da ABDIB. Após uma queda de 21% entre 2014 e 2022, os números para 2023 trazem um salto significativo de 20% do valor total dos investimentos em infraestrutura em relação a 2022, atingindo R$ 213 bilhões, número próximo à máxima histórica de R$ 227 bilhões de 2014.
Destaques – Uma boa parte das operações foi estruturada na modalidade project finance. O aperfeiçoamento da política de crédito e garantias, que ampliou a flexibilidade operacional e o apetite a risco, permitiu que o Banco passasse a assumir mais riscos de projeto, viabilizando o apoio a projetos que demandam elevados volumes de investimento. Vale destacar também que cerca de metade do número de operações aprovadas contou com o apoio via debêntures.
“Após as fraudes das Americanas, houve um forte comportamento defensivo dos bancos privados e, simultaneamente, uma redução drástica das emissões de instrumentos de mercados de capitais. Nesse contexto, o BNDES participou de emissões relevantes, desempenhando seu papel de banco de desenvolvimento e contribuindo para viabilizar os investimentos”, afirma Mercadante.
Entre as operações de debêntures aprovadas pelo BNDES este ano, destacam-se as duas maiores operações da história com debêntures de infraestrutura, ambas do setor de saneamento: as ofertas da Iguá Rio – emissão de R$ 3,8 bi, dos quais o BNDES subscreveu R$ 1,8 bi – e da Águas do Rio – emissão de R$ 5,5 bi, com subscrição de R$ 1,9 bi pelo BNDES.
No setor de mobilidade urbana, foram aprovados R$ 15 bilhões em operações, com destaque para o apoio de R$ 10 bilhões ao Plano de Investimentos de Mobilidade do Estado de São Paulo (projeto incluído no Novo PAC) e de R$ 2,5 bilhões para a operação de eletrificação de frota do Município de São Paulo – primeira operação de vulto com essa finalidade no Brasil e primeira operação da linha BNDES Finame Direto para entes públicos.
No segmento de rodovias, destacou-se a operação com a CCR Viasul, no valor de R$ 1,45 bilhão, dos quais R$ 900 milhões em subscrição de debêntures e R$ 550 milhões financiados pelo BNDES Finem. Estruturada como project finance non-recourse, a operação irá apoiar investimentos da concessionária nos trechos das BRs 101, 290, 386 e 448.
Outra operação relevante envolveu a subscrição de R$ 750 milhões em debêntures da Rumo S.A., para apoiar os investimentos na Malha Paulista. A emissão totalizou R$ 1,5 bilhão e recebeu o selo de Sustainability Linked Bond, com metas estipuladas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Na área de transição energética e clima, tiveram destaque operações de apoio a geração e distribuição de energia. A implantação da usina termelétrica Novo Tempo, em Barcarena, no Pará, contará com financiamento de R$ 1,8 bilhão. Movida a gás natural em ciclo combinado, a usina terá capacidade instalada de 624 MW e sistema de transmissão associado, permitindo a substituição de uso de diesel.
Já a usina de biometano da Bioo Holding S.A., na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul, terá financiamento de R$ 157 milhões para a construção de uma central de recebimento e processamento de biomassa de resíduos para produção de biogás, biometano, CO2 e fertilizantes.
26/12/2023 – Agência BNDES de Notícias