A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) participou do NT Expo Xperience, versão on-line da feira Negócios nos Trilhos (NT Expo), realizada de 24 a 26 de novembro. O Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, e o Vice-Presidente da Associação, João Gouveia, foram moderadores dos painéis do evento. A ANPTrilhos apoiou o evento e organizou um dos painel com a Revista Ferroviária, curadora da programação. O evento foi realizado pela Informa.

Painel com os Secretários do Rio de Janeiro e São Paulo

No primeiro dia do evento (24/11), Vice-Presidente Executivo da ANPTrilhos, João Gouveia, moderou o painel “A pandemia pode acelerar mudanças nas políticas de mobilidade urbana nos estados?”, que contou com a participação de Alexandre Baldy, Secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo; e Delmo Pinho, Secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro. Os secretários de São Paulo e do Rio de Janeiro explicaram a situação dos modos de transportes em seus estados diante da pandemia e enfatizaram que é preciso avaliar novas formas de financiamento do transporte público.

Alexandre Baldy explicou que os sistemas de metrô e trens de São Paulo chegaram a ter redução de 80% de demanda com a pandemia e que aos poucos a demanda está retomando. “Ainda é cedo para concluir os impactos exatos da pandemia da Covid-19 no transporte público do Estado, estamos captando informações e analisando as consequências. O que acreditamos é que uma volta total da demanda normal, como a registrada em março – antes da pandemia – só será possível quando existir um plano efetivo e disseminado de vacinação”, afirmou o secretário.

O secretário do Rio de Janeiro, Delmo Pinho, explicou a situação dos sistemas carioca e que o retorno da demanda no transporte público é algo que “se dará de forma desconhecida ainda”. Ele disse que a aprovação do projeto de auxílio emergencial do Governo Federal ao setor é uma boa notícia. “O Rio tem uma situação diferente de outros estados no transporte de alta capacidade – principalmente trem e metrô -, que são totalmente concedidos à iniciativa privada, sem subsídio do governo. Isso complica a definição do repasse de recursos públicos para esses operadores por falta de uma legislação específica ou a previsão em contratos sobre o tema. Acredito que será necessária a aprovação de uma nova lei estadual pela Assembleia Legislativa para orientar este repasse, algo inédito e que não será simples”, comentou Pinho.

Painel com os Presidentes das operadoras metroferroviárias

No segundo dia do evento (25/11), o Presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, moderou o painel “Os desafios da operação privada no transporte de passageiros”, com a participação de Antonio Carlos Sanches , Presidente da SuperVia; de Guilherme Ramalho, Presidente do MetrôRio; e de Luis Valença, Diretor de Mobilidade da CCR.

Durante o painel, os executivos abordaram as dificuldades diante da pandemia; a necessidade de políticas publicas para integração entre os modos de transporte, para a melhor eficiência; a importância da autoridade metropolitana; a atratividade para investimentos; entre outros assuntos.

O Presidente da ANPTrilhos iniciou o painel explicando que a demanda de passageiros nos sistemas de metrô, trem urbano e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de todo o Brasil sofreu um forte impacto diante da pandemia causada pelo coronavírus, que gerou uma crise financeira no setor; e enfatizou a necessidade de rever a infraestetura de transporte e os contratos de concessão.

O Presidente da SuperVia, Antonio Carlos Sanches, explicou que a situação no Rio de Janeiro é a mais complicada porque os contratos de concessões à iniciativa privada são antigos, sem subsídios públicos para a operação, e há necessidade de reavaliação desses contratos, prevendo situações de crise como a que o mundo esta vivendo diante da pandemia. “Dependemos 100% da tarifa, não em subsidio algum, diferente de outras operações, e isso acaba tendo impacto direto”, explicou.

Ele ressaltou que a integração intermunicipal dos transportes coletivos é a chave para a otimização do nível do serviço prestado à população. É difícil tratar de mobilidade urbana sem considerar a necessidade de constituir a figura de uma autoridade metropolitana, responsável por organizar e otimizar a circulação dos diferentes modais do transporte coletivo. Hoje há uma concorrência entre trens e metrôs com ônibus na mesma região, por exemplo. Essa competição não é vantajosa para ninguém”, disse.

Guilherme Ramalho, Presidente do MetrôRio, também explicou a situação do metrô, a necessidade de reavaliação dos contratos e de políticas públicas para mobilidade urbana, com avaliação de novas formas de financiamento do transporte e mecanismos de custeio de tarifas, prevendo as oscilações de demanda. “Sem duvida essa é a maior crise do transporte público mundial”, destacou.

O Diretor de Mobilidade da CCR, Luís Valença,explicou que a empresa estima uma perda de receita da ordem de de R$ 650 milhões até o fim do ano, devido à crise da pandemia. A ViaQuatro, operadora da Linha 4-Amarela de São Paulo; a ViaMobilidade, operadora da Linha 5 –Lilás de São Paulo; e o metrô de Salvador, na Bahia, fazem parte do grupo. Ele explicou que há necessidade de ampliação da rede de atendimento à população e ressaltou a importância da segurança jurídica dos contratos para a atratividade da iniciativa privada para atuar no setor.

Tecnologias de bilhetagem

O Conselheiro da ANPTrilhos, Conrado Grava, moderou o painel “Tecnologias de bilhetagem na mobilidade urbana sobre trilhos”, que foi organizado pela Associação em parceria com a Revista Ferroviária. O painel contou com a participação de Paulo Ferreira, Diretor de Operações do VLT Carioca; Ingrid Rocha, Especialista de Planejamento Estratégico do MetrôRio; e Edvaldo Pedreira Sobrinho, Gerente de Execuções Financeiras do Metrô de São Paulo; que apresentaram as inovações nos sistemas de pagamento do Rio de Janeiro e São Paulo.

Paulo Ferreira apresentou o sistema de bilhetagem do VLT Carioca, onde o passageiro valida o cartão dentro do trem, e explicou como funciona a contagem dos passageiros, realizada através de monitoramento por câmeras na porta dos trens. Já Ingrid Rocha apresentou o funcionamento da tecnologia de pagamento por aproximação (NFC), que é utilizada no metrô do Rio de Janeiro. Enquanto, Edvaldo Pedreira Sobrinho apresentou o sistema de bilhetagem do Metrô de São Paulo, que está testando o uso de bilhetes com QR Code, juntamente com a CPTM.

Alexandre Baldy, João Gouveia e Delmo Pinho

 

Conrado Grava, Ingrid Rocha, Paulo Ferreira e Edvaldo Pedreira Sobrinho