Dados fazem parte de documento da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos)
06/04/2024 – Diário do Transporte
Dados do Balanço do Setor Metroferroviário de Passageiros 2023 da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), divulgado nesta semana, apontam um aumento de 6% na quantidade de passageiros transportados no ano passado, alcançando 2,48 bilhões de pessoas
Com 1.133,4 km de linhas, o transporte urbano sobre trilhos conta com 48 linhas e 631 estações de atendimento à população nas cidades onde estão instalados.
“Sessenta e cinco por cento dos passageiros utilizam o transporte público sobre trilhos por motivo de trabalho e o crescimento da demanda segue o desenvolvimento do país, que registrou queda de 7,8% na taxa de desemprego, a menor desde 2014, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, diz a ANPTrilhos.
Para o Presidente do Conselho da ANPTrilhos, Joubert Flores, a demanda de passageiros no transporte sobre trilhos permanece abaixo do patamar de 2019 e sugere uma mudança no comportamento da mobilidade nas cidades, que vai além dos efeitos remanescentes da pandemia. “Os novos formatos de trabalho, com a possibilidade de atuação híbrida e remota, e o crescimento das compras pela internet estão mudando as formas de deslocamentos da população”, explica Joubert.
Quanto à rede de atendimento, a expansão ficou abaixo do esperado, com crescimento de apenas 4,1 km nos sistemas de Natal (RN) e Salvador (BA).
A extensão da malha metroferroviária alcançou 1.133,4 km, divididos em 307 km de metrô, 536 km de trem urbano, 274 km de VLTs, 14 km de monotrilho e 0,8 km de people mover.
A Região Sudeste concentra 62,1% da extensão da malha nacional, com 704,3 km, seguida das regiões Nordeste (30,5%), Sul (3,9%) e Centro-Oeste (3,5%).
O balanço da ANPTrilhos mostra que nos últimos cinco anos, a expansão da malha urbana de transporte de passageiros sobre trilhos foi moderada, com a adição de 38 km de trilhos, o que representa menos de 2% no acumulado dos cinco anos. “Para os próximos cinco anos, as perspectivas são mais otimistas. Considerando apenas as obras em andamento, o crescimento poderá alcançar 66 km e 59 estações. Desse total, 20 km e 17 estações estão previstos para 2024”, diz a associação.
Mesmo sendo um resultado ainda longe de suprir o déficit existente, a ANPTrilhos vê sinais positivos. Primeiro pelo governo federal, com a retomada do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). E depois pelas iniciativas dos governos estaduais e municipais, a exemplo do leilão do Trem Intercidades São Paulo-Campinas, realizado em fevereiro deste ano.
Quanto ao Novo PAC espera-se um investimento de R$ 48,8 bilhões em mobilidade urbana. São recursos que abrangem 13 projetos metroferroviários, dentre estudos, retomadas, conclusões e novas obras, além da seleção de novos projetos em âmbito nacional, prevista para este ano.
Paralelamente, o Brasil prepara-se para desenvolver uma carteira de projetos de transporte de média e alta capacidade para as 21 Regiões Metropolitanas com população superior a 1 milhão de habitantes.
Essa carteira será um dos resultados do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também programado para iniciar em 2024.
O setor metroferroviário mantém sua performance de atendimento à população com índice de 97,6% de regularidade e 98,6% de confiabilidade, em 2023, resultado da atuação dos mais de 40 mil profissionais que trabalham no setor e dedicaram 14 milhões de horas de trabalho à manutenção dos sistemas.
O documento completo do Balanço do Setor Metroferroviário de Passageiros 2023 da ANPTrilhos está disponível o site da entidade, através do link: https://anptrilhos.org.br/balanco-do-setor-2023