A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), entidade que representa as empresas operadoras de transporte de passageiros sobre trilhos em todo o Brasil, lamenta que o Congresso Nacional tenha mantido o veto do Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao Projeto de Lei 3.364/2020, que trata do repasse de recursos federais para garantir a manutenção da prestação do serviço público de transporte de passageiros em todas as cidades. A manutenção do veto foi deliberada hoje (17/03) pelos deputados federais.
Os sistemas de transportes estão passando por uma crise sem precedentes, que se alonga desde o ano passado, sem perspectiva de melhora no curto prazo. As operadoras de trens e metrôs estavam contando com esse apoio do Governo Federal para que pudessem manter as operações por mais tempo. Desde o início da Pandemia, há exatos 12 meses, o setor tem lidado com uma queda no volume de passageiros que supera os 50%. O setor de transporte soma mais R$ 17 bilhões de déficit com bilheteria, sendo uma perda de mais de R$ 8 bilhões apenas nos sistemas sobre trilhos.
O auxílio governamental era uma esperança para que os operadores pudessem manter a operação dos sistemas. Segundo Joubert Flores, Presidente do Conselho da ANPTrilhos: “O setor se ressente da falta de medidas específicas para tratar da crise do transporte público, muito embora, sua importância para a retomada econômica de todo País seja reconhecida pelo próprio Governo Federal e Governos Estaduais. ”
A entidade ainda mantém tratativas com os Governos Federal e Estaduais na busca por alternativas que possam viabilizar a manutenção plena dos serviços de transporte em todas as cidades onde atua, visando garantir não só o serviço ao cidadão, mas também os investimentos feitos em Concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP) em todo o setor.
O transporte é um serviço essencial, um direito dos cidadãos brasileiros e o setor lamenta que o Governo não dê a devida atenção à uma área tão importante para as pessoas, principalmente aquelas que moram longe dos centros urbanos e precisam do transporte público para os seus deslocamentos diários. O setor vive a sua maior crise e um eventual colapso impactará ainda mais as cidades e a população, que já passam por um momento crítico com a pandemia.