A Acciona, empresa que assumiu as obras de construção da Linha 6-Laranja de metrô em São Paulo em outubro deste ano, divulgou nesta terça-feira, 08 de dezembro de 2020, o primeiro balanço das ações efetuadas no empreendimento.
A linha é responsável por ligar o bairro de Brasilândia, na Zona Norte, até o bairro da Liberdade, na estação São Joaquim da Linha 1-Azul.
Entre as ações executadas, estão a limpeza e reforma dos canteiros, levantamentos topográficos e a chegada de vigilantes para trabalhar 24 horas por dia, evitando acessos indevidos a estes locais.
“Estamos totalmente empenhados com a melhoria da mobilidade urbana da cidade de São Paulo por meio deste projeto e demos início as ações no mesmo dia que assinamos o contrato. Temos certeza que, em pouco tempo, a população já vai começar a perceber a movimentação. No entanto, é importante salientar que o cronograma contempla etapas técnicas muito importantes, que nem sempre podem ser notadas e é por isso que estamos divulgando nosso primeiro balanço de trabalho. Com ele reafirmamos nosso compromisso de transparência com a população de São Paulo”, afirmou o diretor país da Acciona Brasil, André De Angelo, em nota divulgada para a imprensa.
Veja abaixo todas intervenções já feitas neste primeiro balanço divulgado pela empresa espanhola:
• Seleção, contratação e treinamentos técnicos e funcionais de mais de 200 profissionais;
• Adequação do canteiro VSE Tietê – onde ficarão as equipes administrativas e por onde saem os shields;
• Reforma do canteiro Guaicurus – onde ficarão centralizados os processos seletivos e treinamentos de equipes;
• Reforma e adequação do canteiro Santa Marina;
• Serviços de limpeza e remoção de lixo e entulho de todos canteiros, bem como diálogo com a Prefeitura do Município de São Paulo para a realização de remoção de resíduos em ruas, calçadas e terrenos nos arredores;
• Recuperação, manutenção e pintura de tapumes (com conclusão prevista para 15/12), além do isolamento de canteiros de obras;
• Levantamentos topográficos;
• Levantamento de “As Built” (condições da construção, configurações arquitetônicas, hidráulicas, elétricas);
• Vigilância patrimonial e monitoramento constante dos canteiros;
• Leituras e interpretação dos instrumentos;
• Bombeamento e esgotamento de poços;
• Monitoramento e apoio ao desvio de tráfego e interdição de vias;
• Vistoria e elaboração de laudos de manutenção dos pórticos.
PRÓXIMOS PASSOS
Segundo a Acciona, o cronograma das obras prevê ações paralelas nas 15 estações e 18 poços, que terão uma média entre 46 m de profundidade, sendo os mais profundos toda a malha metroviária já existente no município, de acordo com a empresa.
Para o primeiro semestre de 2021, está previsto o início das escavações das estações Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Santa Marina, Freguesia do Ó, Água Branca, PUC (Cardoso Almeida) e Angélica (Pacaembu).
Esta etapa depende do início da operação dos dois TBMs (tatuzões), que farão a escavação dos túneis que conectam as estações.
Enquanto um dos equipamentos avançará na direção norte, escavando cinco quilômetros (em rocha), o outro seguirá sentido sul, percorrendo 10 quilômetros (em solo).
LINHA 6 – LARANJA:
Retomada das obras: 06 de outubro de 2020
Previsão de entrega total: outubro de 2025
Construção e operação em PPP – Parceira Público Privada: Concessionária “Linha Universidade Participações S.A.”, liderada pelo grupo espanhol Acciona
Antigo Consórcio: Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.
Extensão: 15,3 km de extensão, entre a Vila Brasilândia (zona Noroeste) a Estação São Joaquim (região central)
Valor do empreendimento: R$ 15 bilhões
Frota: 22 trens
Demanda diária: 630 mil passageiros
Estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompeia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica, Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim
Prazo de contrato: 19 anos para manutenção e operação.
Integrações: Sistemas de ônibus e linhas 1-Azul do Metrô, 4-Amarela operada pela concessionária ViaQuatro e 7-Rubi e 8-Diamante, ambas da CPTM
No dia 07 de julho de 2020 terminou a última prorrogação do processo do contato de caducidade com o Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.
O contrato era do Consórcio MOVE São Paulo, responsável pela construção da linha 6 Laranja do Metrô (Vila Brasilândia/São Joaquim).
O MOVE São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, assumiu o contrato de construção em 2015, mas entregou até a paralisação dos serviços, em 02 de setembro de 2016, apenas 15% das obras.
As obras estavam paradas desde setembro de 2016 e, assim como a atuação da MOVE SP foi controversa, a entrada da Acciona foi marcada por uma novela com ameaça do grupo espanhol não assumir o contrato, contestando valores e condições, tudo isso mesmo depois do anúncio pelo governador João Doria.
O anúncio de que a Acciona assumiria o contrato foi feito em 07 de fevereiro de 2020 pelo governo paulista.
A linha 6 é uma PPP – Parceria Público Privada prevê a construção, os trens e a operação da linha.
A Acciona, conglomerado espanhol formado por mais de 100 empresas e com sede em Madri, atua no Brasil desde 1996, onde conta com mais de 1500 profissionais em unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco.
Deteve por 10 anos a concessão da chamada Rodovia do Aço (BR-393), além de ter participado das obras do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, além de dois lotes do Rodoanel Norte, em São Paulo.
Venceu licitações para a construção de linhas e estações de metrô em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).
08/12/2020 – Diário do Transporte