Excesso de lixo nas linhas férreas aumenta riscos de acidentes e proliferação de insetos

Lixo nos trilhos – Foto: Divulgação/Trensurb

Um tema alheio à operação do transporte de passageiros tem sido preocupação constante das companhias metroferroviárias: o excesso de lixo nas linhas férreas. São resíduos que variam de itens domésticos a materiais de construção e até mesmo móveis. Para se ter uma ideia da relevância do problema, só a SuperVia, no Rio de Janeiro, que atua em cinco ramais ligando o centro da cidade ao subúrbio carioca, retira, em média, mil toneladas de lixo por mês da sua malha.

Em geral, o lixo é depositado por comunidades que vivem no entorno das linhas férreas. São famílias carentes que moram em invasões. Com isso, acabam utilizando as faixas de domínio como depósitos. “Eles jogam porque sabem que nós vamos recolher. Trata-se de uma questão cultural e de um círculo vicioso”, afirma o gerente de via permanente da SuperVia, Roberto Fisher. Segundo ele, é comum os moradores quebrarem os muros que separam as comunidades das ferrovias e criarem passagens clandestinas para despejo do lixo.

Diversos são os problemas causados pelo acúmulo desses resíduos nas linhas férreas. O principal é o risco de os trens colidirem com algum objeto de grande porte, aumentando, assim, a possibilidade de ocorrência de acidentes. A existência de insetos e roedores que, além de contribuírem para a proliferação de vetores de doenças, danificam equipamentos de sinalização, roem fios e acabam provocando curto-circuitos nos trilhos, esse é outro fator crítico. O excesso de lixo também compromete a drenagem em épocas de chuvas. “Os resíduos obstruem canaletas e bueiros que fazem o escoamento pluvial, o que acaba gerando acúmulo de água na ferrovia”, explica o gerente da SuperVia.

Apesar de todos os problemas gerados com o depósito, as empresas têm feito um trabalho permanente de retirada. A CBTU de Belo Horizonte, por exemplo, recolhe diariamente cerca de 1,5 tonelada de lixo ao longo de toda a via do metrô. A Metrofor, que opera duas linhas no metrô de Fortaleza, retira uma média de 300 toneladas de lixo por mês nos 43 km em que opera. Além disso, trabalha em um programa para diferentes destinações desses resíduos.

Campanhas

As operadoras metroferroviárias trabalham frequentemente em campanhas para que os moradores das comunidades próximas às ferrovias não despejem lixo nas linhas. São ações como entrega de panfletos nas estações e trens, palestras nas regiões que circundam os trilhos, instalação de lixeiras, placas de orientação ou construção de jardins, sempre com a participação da comunidade.

A reportagem completa está na edição mais recente da Revista CNT Transporte Atual. Clique aqui e leia a reportagem em PDF

18/07/2017 – Agência CNT de Notícias