Representantes do governo do Estado de São Paulo estarão em Bruxelas na próxima semana para promover a concessão das linhas 5-Lilás (metrô) e 17-Ouro (monotrilho) para empresas de transportes e infraestrutura, bancos e fundos de investimentos europeus.

O edital da licitação prevê que o Estado entregará as duas linhas construídas e com 30 trens para o consórcio privado vencedor do certame fazer a operação. O governo estadual espera arrecadar com outorga cerca de R$ 190 milhões, lance mínimo esperado para o leilão agendado para 4 de julho.

O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, vai liderar a missão governamental na Bélgica. Sem dar pistas sobre interessados, ele disse ao Valor que espera “concorrência aquecida” entre capital nacional e estrangeiro no leilão. O secretário acredita que os consórcios deverão ser formados por operadores de infraestrutura e bancos ou fundos de investimentos e descartou participação de construtoras.

“Esperamos um certame bem disputado para termos bom ágio, mas o objetivo é, antes de tudo, ter um bom operador. Como os recursos serão mais para outorga e manutenção das linhas, não devemos ter empreiteiras participando do processo”, diz Pelissioni, que conseguiu costurar apoio da União Internacional de Transportes Públicos (UITP) ao “road show” do governo.

Em comparação com projetos recentes de concessão do governo paulista, a licitação das linhas 5 e 17 são modestas, pois demandam pouco investimento dos vencedores do leilão – cerca de R$ 88 milhões em 20 anos de contrato ante mais de R$ 5 bilhões esperados com as licitações das rodovias do interior do Estado. O futuro operador privado das linhas 5 e 17 será responsável pela gestão de pessoal e pelo funcionamento dos trens e manutenção das estações e vias. O edital exige ainda a ampliação da estação Santo Amaro e construção de uma pequena central de energia na parada Chácara Klabin.

Segundo Pelissioni, a remuneração do Estado ao operador privado será de R$ 1,73 por passageiro atendido. “É uma operação com superávit garantido. Na parte de obras, o operador poderá contratar uma construtora obviamente.”

A linha 5-Lilás, que já funciona com cinco estações, terá até o fim deste ano 16 estações ao longo de 20,1 quilômetros, ligando Capão Redondo à Santa Cruz. No ano que vem a expansão atinge a estação Chácara Klabin. A demanda estimada para a linha completa é de 855 mil passageiros por dia. O monotrilho da linha 17-Ouro integrará o aeroporto de Congonhas à rede de metrô e trens da capital paulista. O trecho de 7,7 quilômetros terá oito estações elevadas e previsão para atender 185 mil passageiros por dia.

13/04/2017 – Valor Econômico