Pagamento por aproximação chega ao transporte público de SP, RJ e PR

Usuários da linha Diadema-Berrini, da Metra; do sistema de trens do Rio de Janeiro e dos ônibus da região metropolitana de Curitiba serão os primeiros a empregar o sistema de pagamento sem contato por cartões de crédito, débito, pré-pago e celulares, lançado no mês passado pela Mastercard. A meta é levar a tecnologia para trens, metrôs e ônibus das principais capitais do país até o fim de 2017.

A iniciativa pretende reduzir custos operacionais e logísticos, além de problemas com falta de troco e segurança, frente ao volume de dinheiro vivo movimentado pelo mercado, cerca de R$ 25 bilhões por ano. Em Londres, com 1,1 milhão de transações diárias, a implantação do sistema contactless reduziu o custo com meios de pagamento de 15% para 9% na rede de transporte público. A meta é chegar a 7% em até quatro anos. Em Cingapura, o ganho de produtividade e a capacidade de promover horários fora do pico ampliou o prazo necessário para substituição da frota.

O projeto consumiu cerca de 10 mil horas da Mastercard e seus parceiros – a adquirente Stone, as operadoras de transporte Supervia (RJ), Metra (SP) e Metrocard (PR), as empresas de bilhetagem Autopass, Transdata e Empresa 1, a fornecedora de leitores Gertec e a carteira digital Samsung Pay. A perspectiva é ter um milhão de usuários até dezembro de 2017.

Segundo Alexandre Brito, vice-presidente de desenvolvimento de aceitação, varejo e novos negócios da Mastercard Brasil e Cone Sul, o projeto se insere na meta global de facilitar a vida das pessoas e tornar as cidades mais agradáveis com meios eletrônicos de pagamento e se alinha a outros voltados a cidades inteligentes, que vão desde dados para promoções mais assertivas para empresas de fomento de turismo como Embratur ao fornecimento de cartões de identificação para benefícios sociais, em países como Nigéria e África do Sul.

Em outra frente, a conta digital Zuum, que une Mastercard e Telefônica, recentemente incluiu recarga de cartões de transporte no seu portfólio. Em 2015 passou permitir recarga do Cartão Tem, em Cuiabá e Várzea Grande (MT), e compra de crédito do Bilhete Único, em São Paulo (SP), com recarga disponível nas máquinas de autoatendimento.

As empresas de bilhetagem também preparam novidades e apostam no piloto como atrativo para clientes de outros mercados. A Autopass tem projeto com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para desenvolver solução baseada em QR Code. Em um primeiro momento o código será impresso como um bilhete tradicional. Depois ganha emissão em quiosque de autoatendimento, pontos de venda como bancas de jornal e, em seis meses, deve estar disponível para compra e uso no celular do cliente.

Segundo o CEO Rubens Gil Filho, o investimento para promover a aceitação de pagamento sem contato chegou a R$ 38 milhões, com outros R$ 44 mil para a solução com QR Code. A Transdata, responsável por mais de 12 milhões de transações diárias em mais de 600 projetos, tem outras iniciativas similares ao piloto da Mastercard em homologação, diz o diretor de negócios Devanir Magrini. A Empresa 1, com 160 cidades atendidas em quatro países, também está empenhada em eliminar o dinheiro embarcado. “É uma tendência mundial”, diz o diretor comercial Romano Garcia.

25/11/2016 – Valor Econômico