Aumenta a participação feminina em cargos tradicionalmente masculinos no setor metroferroviário

02/10/2024 – ViaMobilidade e ViaQuatro

A ViaMobilidade e a ViaQuatro, concessionárias responsáveis pela operação de linhas de metrô e trem em São Paulo, vêm investindo no aumento da presença feminina em funções historicamente ocupadas por homens, como construção civil, manutenção e serviços de roçada. Iniciativas como os projetos “Mulher na Construção” e “Mulheres na Capina” demonstram o compromisso das empresas com a inclusão e a transformação social, ao inserirem mulheres em setores desafiadores e tradicionalmente masculinos.

Mulher em Construção: rompendo barreiras

Em parceria com a ONG Mulher em Construção, a ViaMobilidade e a ViaQuatro capacitaram mulheres em atividades da construção civil. No primeiro semestre deste ano, 20 mulheres participaram do programa, com 75% delas contratadas para atuar nas linhas administradas pelas concessionárias.

“O projeto vai além de oferecer uma oportunidade de ingresso no mercado de trabalho. Todas as mulheres selecionadas no Programa Mulher em Construção estavam em situação de vulnerabilidade e encontraram aqui a chance de se formar em uma nova profissão. É uma iniciativa que nos enche de orgulho”, comenta Renata Alexandre da CCR Mobilidade.

As participantes do projeto foram contratadas como Oficiais de Manutenção, atuando em áreas como acabamento, hidráulica e obras civis nas estações e pátios das Linhas 4-Amarela e 5-Lilás. Equipadas com capacetes e coletes cor-de-rosa, essas profissionais já são vistas realizando atividades como assentamento de azulejos, reparos estruturais e outros serviços essenciais para a operação das estações.

Histórias de superação e transformação

A trajetória de mulheres como Jaqueline Martins, 28, é um exemplo inspirador. Após perder a mãe e enfrentar dificuldades emocionais, ela encontrou no projeto “Mulher na Construção” uma nova oportunidade de vida e emprego. “Esse curso foi uma reconstrução para mim. Hoje, atuo na manutenção civil, faço de tudo, desde assentamento de pisos até consertos em portas e forros. Sou grata pela chance que tive de reconstruir a minha vida após a morte da minha mãe”, relata.

Julia Oliveira, 23, também viu sua vida transformada pelo projeto. “No começo, estava insegura, mas logo que comecei o curso me apaixonei pela construção civil. Sou a primeira mulher a atuar na manutenção civil em campo na ViaMobilidade. Cada dia é um novo desafio, e estou aprendendo até a soldar”, comemora.

Mulheres na Capina: força e precisão no campo

Outro projeto de destaque é o “Mulheres na Capina”, no qual mulheres operam roçadeiras em áreas de até 2.000 metros quadrados, antes exclusivamente trabalhadas por homens. Para assumir o cargo de operadora de roçadeira, as candidatas passaram por um treinamento de 64 horas. Hoje, elas enfrentam desafios de força e precisão, lidando com terrenos difíceis e contribuindo para a manutenção das áreas sob responsabilidade das concessionárias.

Ex-freira e professora, Maria do Socorro (55), com origem em Manaus (AM), encontrou nesse projeto uma nova carreira. Desempregada, ela encaminhou vários currículos, mas como está acima dos 50 tinha dificuldade em conseguir emprego. “Trabalhar na CCR é como ganhar na loteria para mim. Depois de tantos desafios, encontrei um lugar onde me sinto realizada”, afirma.

Angela da Costa (33) é outra profissional que saiu da sua cidade para tentar algo na capital paulista. Ela morava no interior de São Paulo, em um sítio localizado em Arthur Nogueira, e foi até São Caetano para trabalhar na área de TI, mas foi na capina que mais se identificou. “É uma atividade bastante prática e segura que aprendi na área rural e agora aplico na manutenção de áreas urbanas”, explica Angela. Para ela, trabalhar em uma atividade na teoria masculina é positivo, pois é possível mesclar, entre força e os cuidados com os detalhes. “A mulher costuma deixar o lugar mais bonito, é mais detalhista,” completa.

Na rede aérea

E a presença das mulheres não para por aí. O pioneirismo também está presente na manutenção dos trens. Mary (36) conta que buscava uma vaga na segurança por ter o curso de vigilante, mas foi chamada para Manutenção de Via Aérea na ViaQuatro. “A minha equipe é composta por 40 colaboradores e eu sou a única mulher”, comenta Marilene Aurélia do Nascimento Pinto.

Diversidade e inclusão: uma prioridade estratégica

O Grupo CCR, ao qual pertencem a ViaMobilidade e a ViaQuatro, vem promovendo uma agenda robusta de Diversidade & Inclusão, com o objetivo de criar um ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo e acolhedor. A presença feminina no grupo cresce constantemente, e hoje as mulheres representam 39% do quadro de colaboradores. Além disso, o Conselho de Administração é presidido por uma mulher, e 43% das posições de diretoria são ocupadas por mulheres.

Por meio de ações afirmativas, parcerias com instituições educacionais e processos internos que visam à igualdade de remuneração e oportunidades, o Grupo CCR fortalece seu compromisso de ampliar a participação feminina em todos os níveis e funções da empresa.