Pela primeira vez, Trensurb tem mulheres na chefia do Centro de Controle e da Segurança

No início do mês, Denise Brandli foi designada chefe do Setor de Controle Operacional, enquanto Fernanda Sanini atua até o fim de julho como chefe substituta do Setor de Segurança.

Pela primeira vez em sua história, a Trensurb conta com uma mulher chefiando o Setor de Controle Operacional (Secot). No início do mês, Denise Brandli foi designada chefe da área responsável pelo Centro de Controle Operacional (CCO) do metrô. E, também pela primeira vez, a empresa tem uma mulher comandando, ainda que como chefe substituta, a segurança metroviária. Até o final de julho, Fernanda Sanini substitui o titular Giuliano Boeck na chefia do Setor de Segurança (Segur).

“Eu vejo o número de mulheres em cargos de gestão aumentando ao longo dos anos, mundo afora, e aqui na Trensurb não é diferente”, afirma Denise. “Acho que, a partir do momento que as mulheres passam a integrar o quadro de gestão, ganham a oportunidade de também dar voz àquelas que estão em outros cargos, gerando um bem-estar no qual a inclusão se torna cada vez maior”, avalia a chefe do Secot. Frente à nova tarefa, ela se diz “extremamente honrada e reconhecida profissionalmente”, além de desafiada a aprender e desempenhar as funções administrativas de seu novo cargo, saindo de sua zona de conforto. “Ser a primeira mulher a liderar o Secot me enche de orgulho sim! Mas também tem um peso muito grande. Amo trabalhar dentro do CCO e acredito que isso sirva de estímulo para fazer um bom trabalho na gestão. Espero, com o conhecimento técnico que tenho e o bom relacionamento com os colegas, desempenhar de forma satisfatória esta função que me foi confiada”, conclui.

As equipes do setor comandado por Denise revezam-se em três turnos frente aos monitores e painéis que centralizam todas as informações da operação do metrô 24 horas por dia, sete dias por semana. Atuando no Centro de Controle Operacional, os trabalhadores gerenciam os acessos às áreas operacionais, o tráfego de trens e veículos de manutenção, as programações de trabalhos preventivos e corretivos e tudo o mais que estiver relacionado ao funcionamento do sistema metroviário.

Para Fernanda Sanini, “a participação feminina nos cargos de gestão é um passo importante rumo à igualdade de gênero”. Ela considera que “isso ajuda a superar as barreiras que historicamente impediram as mulheres de alcançar posições de liderança e contribui para uma sociedade mais justa e inclusiva. Portanto, estar em um cargo majoritariamente masculino contribui para a desconstrução de estereótipos de gênero”. A chefe substituta do Segur avalia que isso acaba por gerar mais inclusão, de modo que “as escolhas profissionais não sejam limitadas por normas de gênero restritivas”. Fernanda – que normalmente atua como supervisora da segurança metroviária – agradece a oportunidade de ocupar a chefia da área e se diz lisonjeada em representar o setor e, em especial, as mulheres do Segur.

Embora tenha função essencialmente operacional, ou seja, de prestar assistência aos usuários do metrô, o setor chefiado atualmente por Fernanda atua também monitorando o sistema metroviário por meio de um circuito fechado de TV com cerca de 400 câmeras. Realiza ainda rondas móveis por trens, estações e no entorno da linha. A segurança da Trensurb trabalha integrada aos órgãos de segurança pública, buscando prevenir, coibir e responder a ocorrências de delitos e uso indevido do sistema.

Segunda mulher a exercer um cargo de Direção na Trensurb, a diretora de Administração e Finanças, Vanessa da Rocha, acredita que “a participação das mulheres na gestão pública é fundamental”. Para ela, além de ser uma questão de representatividade, ter mulheres ocupando funções de gestão é um passo importante para se “desenhar políticas públicas efetivas para a superação da desigualdade em todas as esferas e espaços de poder, uma vez que a participação feminina é fundamental para transformar a realidade, proporcionando às mulheres maior oportunidade de crescimento e valorização, e o combate à violência contra a mulher em todas as esferas da sociedade”. Vanessa afirma ainda: “Temos que, em todos os espaços que ocupamos, travar uma luta incansável para combater as práticas de violência de gênero na sociedade de modo geral. Além disso, trazer para a instituição uma cultura de políticas e cuidados transversais para as mulheres, levando em consideração inclusive sua saúde no ambiente de trabalho e, também, pautar de forma permanente a igualdade de oportunidades”.

O diretor-presidente Fernando Marroni afirma que a participação de mulheres na gestão de órgãos e empresas públicos “é uma orientação do governo do presidente Lula”. Há, segundo ele, na administração pública federal, “um consenso de que é necessário romper com a discriminação de gênero”. Ele destaca que, como a Trensurb é uma empresa pública, ela já pratica a equiparação salarial entre homens e mulheres – tema que é objeto de lei sancionada pelo presidente da República no início do mês, buscando assegurar a igualdade de remuneração entre gêneros também na esfera privada. Marroni declara que a Direção da empresa busca realizar uma gestão de políticas afirmativas, cumprindo o que determina o governo federal e reconhecendo a capacidade das mulheres que compõem o quadro de empregados da Trensurb.

Por sua vez, o diretor de Operações, Ernani Fagundes, declara que “a nova gestão da Trensurb tem um olhar mais favorável à presença feminina em cargos de gestão”. Ele afirma que, para além de uma questão de igualdade e representatividade – e do cumprimento de uma diretriz governamental –, a escolha de mulheres para desempenharem funções de chefia na área operacional é também um reconhecimento ao trabalho dessas profissionais e um aproveitamento de sua capacidade técnica e de sua maturidade para exercer essas funções.

25/07/2023 – Trensurb