Nesta 5ª feira, 23 de junho, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. Criado pela Women’s Engineering Society (WES), do Reino Unido, a data tem o objetivo de apoiar a participação feminina nesta área e fortalecer a representatividade feminina.

No Brasil, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) conta com 200 mil profissionais inscritas em seu sistema. De acordo com a entidade, em 2019 apenas 12% de mulheres compunham o plenário dos 27 conselhos regionais e esse percentual subiu para 14% em 2020.

Angélica Meireles de Oliveira Einsfeld é engenheira civil da Trensurb e está na empresa há 5 anos. Ela lembra que durante os estágios e o início no mercado de trabalho escutava questionamentos sobre a escolha da carreira. “A profissão da engenharia ainda é muito estigmatizada, associada à figura masculina e em um canteiro de obras. Porém, a nossa profissão é mais que isso, é de pessoas em diferentes áreas que envolvem as fases de projetos, execução e manutenção de inúmeros tipos de construções. A minha turma de engenharia civil, cujo ingresso foi em 2007, foi formada por 24 mulheres e 26 homens, igualdade essa que não é observada no mercado de trabalho”, explica.

Ela atua na via permanente da operadora gaúcha e explica que são poucas as engenheiras no seu setor e que há receptividade na equipe. “Acredito que o respeito no ambiente de trabalho deve ser cultivado diariamente e é a base para a construção de relações produtivas e duradouras, mostrando que não existe diferenças de gênero em prol de um objetivo”.

Na visão da Chefe de Departamento na Gerência de Engenharia de Projetos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Marcela Alonso, “o equilíbrio de gênero no campo de atuação da engenharia trará mais benefícios com diferentes visões nas formas de atuar e resolver desafios”. Ela explica que quando é questionada pela capacidade da mulher em atuar em algum campo da engenharia, cita que “não é uma questão de gênero e sim de perfil” e que “não há nenhuma capacidade profissional no perfil da engenharia que discrimine por gênero”.

“Para que essa realidade mude é preciso mais oportunidade de trabalho para as mulheres em cargos de tomada de decisão para que possamos ganhar espaço e equilíbrio. Não estamos no mercado para competir, e sim para contribuir”, reforça Marcela.

A mudança no cenário da mulher na engenharia é destacada pela Coordenadora de Planejamento e Controle da Manutenção, Via Permanente e Estruturas do VLT Carioca, Débora Araújo: “Cada vez mais mulheres estão escolhendo a Engenharia como profissão. Muitas se tornaram exemplo de sucesso e conseguiram provar que fazemos diferença!”.

Desde 2014 no sistema carioca, Débora ressalta que mesmo com a predominância masculina, a engenharia vem ganhando, cada vez mais, a presença feminina. “Conquistas? Todos os dias ver homens ao seu redor reconhecendo o valor de uma mulher, e não ser vista como alguém menor, mas sim como uma concorrente à altura. Desafios? Poder superar obstáculos e deixar o preconceito enfraquecido a cada dia que passa, contribuindo para tornar cada vez mais expressiva a participação da mulher na Engenharia”.

Juliana Romão, Gerente Executiva de Manutenção da CCR Metrô Bahia, enfatiza que o mercado técnico é repleto de mulheres capacitadas e que há o engajamento para trazer mais diversidade para o ambiente de trabalho. “Temos vagas exclusivas para mulheres e uma série de iniciativas internas que visa promover a equidade e a oportunidade para o público feminino. Hoje, o mundo está cada vez mais diverso, felizmente! Para mim, é um orgulho, como mulher, liderar um grupo grande e tão capacitado como este na concessionária. Os desafios na nossa sociedade são muitos, mas tenho a certeza de que vamos superá-los”, explica.

Com 21 anos de trajetória no MetrôRio, a engenheira eletrônica e Coordenadora da Manutenção de Tráfego Automatizado Valéria Mousinho Malaquias orgulha-se de sua trajetória. “Sou a primeira mulher a alcançar a posição de liderança em uma área operacional no MetrôRio. Por isso, quero fazer a diferença na vida das pessoas, mostrando que o trabalho e a determinação são o caminho para o sucesso em nossa carreira profissional. Como mulher e engenheira é muito gratificante fazer parte desse novo momento, no qual a mulher vem ampliando seu campo de atuação, incluindo o universo ferroviário”.

A Gerente de Manutenção Civil da ViaMobilidade, Samara A. Leite Mouta, trabalha com manutenção civil há 15 anos e diz que o seu desafio diário é conduzir a equipe buscando alcançar nossos objetivos, conquistando todos através do respeito. “Me sinto orgulhosa em ver mulheres super talentosas e com grande potencial de desenvolvimento dentro da companhia, por isso acredito ser extremamente importante comemorarmos o Dia das Mulheres na Engenharia.”

Através das conquistas e desafios dessas mulheres metroferroviárias, a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) homenageia todas as profissionais que atuam na engenharia metroferroviária.

Débora Araújo, Coordenadora de Planejamento e Controle da Manutenção, Via Permanente e Estruturas do VLT Carioca
Marcela Alonso, Chefe de Departamento na Gerência de Engenharia de Projetos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)
Samara A. Leite Mouta, Gerente de Manutenção Civil da ViaMobilidade
Angélica Meireles de Oliveira Einsfeld, engenheira civil da Trensurb
Juliana Romão, Gerente Executiva de Manutenção da CCR Metrô Bahia
Valéria Mousinho Malaquias, Coordenadora da Manutenção de Tráfego Automatizado do MetrôRio