Exposição celebra a data com fotos antigas da chegada do sistema à Tijuca

Em maio de 1982, a Tijuca ganhava as estações Afonso Pena, São Francisco Xavier e Saens Peña, entrando na rota do sistema metroviário do Rio de Janeiro. A chegada do metrô ajudou a valorizar o bairro da Zona Norte, um dos mais antigos, populosos e tradicionais da cidade. Para o tijucano, o transporte trouxe conforto e facilidade, reduzindo o trajeto até o Centro e a Zona Sul. Atualmente, em média, 35 mil pessoas embarcam diariamente pelas três estações.

Para celebrar a data, o MetrôRio apresenta uma exposição fotográfica com imagens antigas do período das obras. A ideia é transportar o público para uma viagem no “túnel do tempo do metrô”. O lançamento aconteceu nesta terça-feira (24/05) e o acervo ficará disponível até o dia 30 de junho em um dos acessos da estação Uruguai, a mais recente construída na região. A mostra gratuita tem apoio da Eletromidia e curadoria da escritora Angela França Pedrinho, de 70 anos, que é engenheira e trabalhou durante anos no sistema metroviário do Rio.

“No dia da inauguração das estações, a população da Tijuca foi toda para a Praça Saens Peña, que tinha sido toda reurbanizada e estava realmente muito bonita, e foi uma festa. Eu trabalhava na área de Manutenção e foi uma alegria poder entregar mais um trecho concluído à população. Fico muito feliz de poder ter participado desse momento fazendo parte da história do metrô”, relembra Angela.

Ela também publicou três livros sobre o transporte: “Metrô: os trilhos que mudaram o Rio”, “Metrô: 40 anos de história – Da gestão pública à iniciativa privada” e “Glossário Metro-Ferroviário”. Por conta da pandemia, esse último exemplar foi lançado oficialmente no primeiro dia da exposição com uma sessão de autógrafos.

Com o metrô, a região da Tijuca foi transformada e praças, ruas e locais como o Largo da Segunda-Feira ganharam nova iluminação, bancos, árvores e áreas de lazer. A estação Saens Peña, a mais movimentada do bairro, demorou quase seis anos para ser construída. Quem acompanhou a inauguração relata como a novidade foi motivo de comemoração pelos moradores. Na época, o percurso da Linha 1 seguia pelo Centro da cidade até Botafogo, compreendendo 15 estações. Em 1998, quando o MetrôRio assumiu a concessão do transporte, as três estações da Tijuca já recebiam quase 14 milhões de passageiros por ano.

Em 2014, o bairro ganhou uma nova e importante estação, a Uruguai. O novo ponto de embarque atraiu mais usuários e, em 2019, antes da pandemia, 21 milhões de passageiros já circulavam pelas quatro estações. O recorde de embarque na região foi registrado em 2016, ano em que a cidade foi palco dos Jogos Olímpicos. Naquele ano, mais de 24 milhões de passageiros acessaram o metrô pelo bairro da Zona Norte.

Moradores comemoraram inauguração

Alguns personagens icônicos como colaboradores e passageiros que participaram do projeto das estações ou que, de alguma forma, fazem parte dessa história, aproveitam a data para festejar os 40 anos dessas estações. O engenheiro Eli Bensoussan Canetti, de 68 anos, foi um dos cariocas, entre autoridades, passageiros e colegas de trabalho, que comemoraram quando o primeiro trem cruzou os trilhos do metrô no trecho em 1982. Ele integrava a equipe técnica que montou o plano de segurança e operação das primeiras viagens no trecho. Para Canetti, a expansão para o bairro da Tijuca foi um marco para a mobilidade do Rio, reforçando o traçado da Linha 1.

“Durante as intervenções, a região se tornou temporariamente um grande canteiro de obras. Eram diversas interdições por conta das obras do metrô. Muitos moradores reclamavam e estavam resistentes, mas, quando as estações foram inauguradas, o metrô virou a melhor opção de transporte para os tijucanos chegarem ao Centro e à Zona Sul”, conta ele.

Quem também viu o projeto sair do papel foi o engenheiro especialista Marco Antônio de Souza Biagio, de 66 anos. Há 43 anos trabalhando no sistema metroviário do Rio, ele enfatiza que a inauguração das estações da Tijuca foi fundamental para facilitar o deslocamento das pessoas, especialmente até o centro da cidade.

“A ligação do metrô à região da Tijuca foi muito importante porque atendeu a uma grande demanda de pessoas que precisavam chegar aos seus locais de trabalho. Além disso, encurtou o tempo de deslocamento e amenizou a quantidade de carros nas ruas”, acrescenta Biagio.

Colaboradores também fazem parte dessa história

Com o tempo, o metrô também passou a fazer parte da história tanto de moradores como de funcionários da região. É o caso do agente de segurança do MetrôRio, André Luiz Jesus Fragoso, que atua na vigilância da Saens Peña e no atendimento ao cliente. Ele se tornou conhecido pelo cuidado com os passageiros e coleciona amizades na estação. Um dos episódios que mostrou a grande popularidade dele entre os clientes foi na Páscoa deste ano. O agente foi carinhosamente presenteado com muitas caixas de bombom, como forma de reconhecimento pelo seu trabalho.

“A nossa missão é cuidar dos nossos clientes e zelar pelo metrô. Busco contribuir da melhor maneira possível, orientando e informando as pessoas na estação e prestando assistência, por exemplo, às pessoas com deficiência no metrô. Essa postura profissional já me ajudou a construir diversas amizades duradouras. Considero os clientes tijucanos uma grande família”, disse André.

Cliente assídua do metrô, acessando quase todos os dias a estação Saens Peña, a advogada Danielle Mendes Gilson, de 48 anos, virou amiga do segurança André Luiz. Cadeirante desde os 19 anos, ela sempre é recepcionada por ele ou por um de seus colegas, que a ajudam no embarque. “Tenho muito orgulho de utilizar diariamente o sistema, me sinto muito bem. É o único transporte público que uso, por conta dessa questão do suporte que recebo quando embarco”, garante Danielle.

SERVIÇO:

Exposição 40 anos – Na Tijuca e com você
Data: disponível até 30 de junho
Local: Estação Uruguai – próximo ao acesso C (Rua Dona Delfina)

Foto: Divulgação MetrôRio
Foto: Divulgação MetrôRio
Foto: Divulgação MetrôRio

24/05/2022 – MetrôRio