Novos sensores desenvolvido para os trens da frota CAF da CBTU Recife

Nos últimos anos, a Gerência de Material Rodante – COMAC vem adotando soluções para amenizar as falhas apresentadas nos sensores dos trens da frota CAF, falhas essas que podem impedir um trem de circular. Uma destas soluções foi elaborada pelo técnico industrial Bruno Rafael, empregado da CBTU Recife, que desenvolveu um sensor de alta-tensão, substituindo o sensor original. Além da peça ter extrema importância no funcionamento dos trens também trouxe um ótimo custo-benefício para a empresa.

Esses sensores fazem parte de um equipamento do trem chamado “conversor auxiliar”, o qual gera tensão elétrica para alimentar os ares-condicionados, compressores, iluminação, carregamento da bateria e todo o sistema de comando do trem. “Se eu comparasse o trem com o corpo humano, o conversor de energia seria o coração. Porém, para o conversor funcionar corretamente ele precisa dos sensores para saber o nível de tensão elétrica da rede aérea”, esclarece Bruno.

Cada trem tem dois conversores de energia e dentro de cada conversor há dois sensores de alta-tensão. Se houver a ausência do sensor, o conversor não funciona. “Se um dos conversores auxiliares entra em falha, o trem é recolhido para a oficina. Se os dois conversores auxiliares entram em falha, o trem fica parado e sem energia na via”, explica o técnico industrial. Contudo, os sensores originais estão se degradando e enquanto a cotação do preço de um sensor original custa quase 16 mil reais, o desenvolvido por Bruno custa 100 reais.

“O desenvolvimento da ideia foi no meu laboratório em casa. A primeira versão do projeto foi feita para meu trabalho de conclusão de curso de engenharia elétrica”, assegura Bruno. Com base na tecnologia de opto acopladores, o sensor consegue ser produzido com uso de componentes eletrônicos disponíveis no mercado e a baixo custo, correspondendo a menos de 5% do valor de um sensor produzido industrialmente. No total foi uma economia de quase 288 mil reais para a empresa.

“Os primeiros modelos foram testados em laboratório, sendo submetidos a condições similares às do trem. Em abril, um protótipo foi instalado em um conversor auxiliar do trem CAF, tendo sido monitorado por cerca de 6 semanas. Durante este período, correspondeu satisfatoriamente as expectativas de operacionalidade e sua aplicação foi ampliada para outros trens”, relata o engenheiro eletrônico, Leonardo Tavares.

Participação de outras Coordenações – Atualmente o sensor, batizado de HVS (High-Voltage Sense), possui 18 unidades instaladas em oito trens, e sua utilização permitiu a manutenção da disponibilidade de trens da frota CAF. Para a produção dos sensores e instalação destes nos trens, também houve participação de empregados da COMAC, COELO, COOFI e COMAP. Além disso, o projeto rendeu a elaboração de um artigo, que foi submetido e aceito no 8º Prêmio Tecnologia e Desenvolvimento Metroferroviários, promovido pela ANPTrilhos e CBTU.

23/08/2021 – CBTU Recife