Primeira etapa, que envolve análise de segurança, deve ser concluída em junho

As obras da futura Linha 17-Ouro do Metrô de São Paulo, iniciadas em janeiro deste ano, após um longo imbróglio judicial envolvendo outras empresas participantes da licitação, seguem a todo vapor e devem entrar em uma próxima fase já no mês de junho de 2021. O projeto prevê um total de quatro etapas até a conclusão, prevista para o início de 2024. O investimento total deve alcançar R$ 988 milhões de reais, que serão cobertos pelas licitantes.

O Consórcio BYD Skyrail, que venceu a licitação para o fornecimento dos trens e sistemas de energia e telecomunicações, contratou a multinacional de origem alemã TUV Rheinland, já estabelecida no Brasil há muitos anos, para realizar o serviço de integração e certificação global dos sistemas, conforme exigência prevista em edital. Na primeira fase, que teve início em janeiro deste ano, foi apresentado o projeto de sinalização e integração das mais de 300 interfaces que contribuem para o correto funcionamento dos trens.

A Linha 17-Ouro será o segundo monotrilho a operar na cidade e o primeiro projeto do tipo a exigir um serviço de certificação independente. A TÜV Rheinland ficará encarregada de verificar o funcionamento e a segurança, após a integração dos mais de 14 sistemas, entre eles a sinalização, controle de velocidade e aceleração do trem; fornecimento de energia; telecomunicações; aparelhos de mudança de via; comunicação com operadores e centros de controle, entre outros.

Após a conclusão dessa primeira etapa, que deve ocorrer em junho, as empresas discutirão os detalhamentos, que servirão de base para uma terceira fase, envolvendo o projeto preliminar, com testes e fabricação. Por último, será feito o comissionamento, que consiste no conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e testar cada elemento físico do empreendimento.

“A auditoria dos principais sistemas na linha será realizada de acordo com o conjunto de normas Europeias EN 50126, que prevê demonstração e especificação de confiabilidade, disponibilidade, manutenção e segurança (RAMS) para aplicações ferroviárias, além dos requisitos de Nível de Integridade da Segurança (Safety Integrity Level) que, em alguns casos, são SIL 4, nível mais estrito estabelecido pelas regulamentações internacionais CENELEC EN 50126, 50128 e 50129 “, detalha Marcos Camelo, gerente regional da área de ferrovias da TÜV Rheinland.

Plano de Expansão

O primeiro trecho do monotrilho, que terá uma extensão de 7,7 km operacionais, interligará a Linha 9-Esmeralda da CPTM na Estação Morumbi, com a Linha 5-Lilás do metrô (operada pela ViaMobilidade) na Estação Campo Belo e o Aeroporto de Congonhas, na estação Congonhas.

Outros dois trechos, que devem passar pela comunidade Paraisópolis para se conectar à Linha 4, amarela, do metrô, seguem sem programação definida.

De acordo com Joubert Flores, Diretor de Engenharia da BYD Brasil, essa parceria trará mais segurança aos usuários, que poderão contar com um serviço de mais qualidade e disponibilidade, com a garantia de que as obras seguirão todas as regulamentações e certificações previstas. “Esse é o primeiro projeto da BYD em São Paulo e poder contar com a experiência e reconhecimento da TUV Rheinland certamente nos ajudará em contratos futuros, para os quais pretendemos manter a parceria”, destaca Flores.

Para Camelo, essa é uma oportunidade única para que os paulistanos possam contar com um sistema seguro, que ajude a reduzir o tráfego na cidade e sejam acessíveis para todos. “A tendência é que os próximos projetos públicos de infraestrutura já nasçam com a exigência de um serviço de certificação acreditada totalmente independente, que é a única maneira de garantir uma avaliação de qualidade totalmente isenta e que atenda aos requisitos máximos de segurança”, acrescenta o executivo.

09/06/2021 ABC do ABC