A primeira linha foi inaugurada em 1864, tracionada por mulas, e Porto Alegre chegou a ter até veículos de dois andares. Os bondes elétricos deixaram de circular há 51 anos na cidade, mas volta e meia volta a ideia de ressuscitar o meio de transporte.
Um projeto foi enviado pela prefeitura para a Câmara de Vereadores ainda na gestão de José Fortunati tentando retomar as viagens. Na administração de Nelson Marchezan, o secretário de Turismo demostrou simpatia à ideia, mas ainda assim não saiu nada do papel.
Neste mês, a Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) incluiu a proposta de reativar uma linha de bonde na apresentação do programa urbanístico para reabilitação do Centro Histórico.
— Tem a simpatia da atual gestão. Ouvi os demais secretários, e havendo viabilidade técnica e financeira, neste processo de discussão do programa, deve-se propor isso — afirma o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm.
O foco não é solucionar o transporte de massa, e sim gerar um atrativo adicional para o Centro Histórico. Assim como outros detalhes do programa, a base vem do Projeto Viva o Centro, desenvolvido até o ano de 2009. Chegaram a ser analisados três percursos, incluindo passagem pelas ruas dos Andradas, Sete de Setembro, Duque de Caxias e Riachuelo.
Mas por ser uma proposta muito incipiente, Bremm ainda não pode responder quanto iria custar e como se viabilizaria o investimento:
— São coisas que não estão maduras, são indicativos de possibilidades do programa.
A mesma apresentação inclui estudar a remoção de partes do muro da Mauá, a continuidade da restauração do Mercado Público e a requalificação da Rua dos Andradas — intervenções que envolvem várias secretarias, há anos.
O secretário explica que o programa urbanístico para reabilitação do Centro Histórico prevê o investimento das contrapartidas de solo criado pagas pelos empreendedores em melhorias para a própria região. Solo criado é como se chama o ato de comprar da prefeitura a permissão para construir mais do que o preestabelecido para um terreno.
— Tem várias fontes de recursos que a gente tem de buscar, investimentos públicos, buscar financiamento, e também o solo criado. Isso começa a somar. A transformação do Centro ocorre com várias esferas – conclui Bremm.
16/04/2021 – Gaúcha ZH