Com mais de 350 mil passageiros atendidos por ano, o Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás completa 35 anos neste 17 de março. Com 15 pontos de parada entre os estados o Maranhão e Pará, o serviço contempla 27 municípios em 16 horas totais de viagem. O Trem de Passageiros é o único modo de locomoção de várias comunidades próximas à ferrovia.

Um exemplo é a história de Andreia Andrade, que associa o transporte aos almoços de família aos domingos.

“Nas histórias da minha família temos sempre o Trem de Passageiros como um dos principais cenários para ilustrar as boas risadas dos almoços de domingo. Sempre viajamos nas férias para Marabá ou Imperatriz. Isso era uma realidade das entranhas maranhenses com a oportunidade de cruzar de norte a sul, cortando o MA ao PA por cidades que só ele (o trem) passava.”

O trem também foi parte marcante da vida de Ailde Morais, que guarda boas lembranças do seu período de gestação nas viagens da EFC.

“Em 2008 quando engravidei fiz uma visita técnica ao longo da ferrovia e foi nele que comecei a sentir os primeiros desejos de gestante. No retorno da visita, lembrei que vendiam uma cocada deliciosa na parada do km 315, em Altamira. Começou a minha agonia em querer experimentar a cocada tão famosa. Completei a viagem de retorno até São Luís com o desejo realizado. Nunca mais as comi, mas ainda sinto o gosto em minha boca quando lembro”.

Com, 892 quilômetros de extensão, a Estrada de Ferro Carajás, liga a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, em Carajás, no sudeste do Pará, ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). São cerca de 35 composições, entre os quais um dos maiores trens de carga em operação regular do mundo, com 330 vagões e 3,3 quilômetros de extensão.

A Estrada de Ferro Carajás também lidera o ranking das ferrovias mais eficientes do Brasil, devido aos constantes investimentos em tecnologia. Atualmente, os trens carregam granéis sólidos (soja e outros grãos), líquidos (combustíveis e fertilizantes, entre outros), além do minério de ferro.

Seu papel vai além do serviço de transporte. Pelo grande número de pessoas que circulam pela ferrovia, as entidades públicas costumavam realizar ações sociais e de saúde durante as viagens. Com a parceria, é possível atingir um maior número de pessoas, muitas delas vindas de comunidades com pouco acesso a informação. A EFC está ainda interligada com outras duas ferrovias: a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) e a Ferrovia Norte-Sul. A primeira atravessa, principalmente, sete estados da região Nordeste e a segunda corta os estados de Goiás, Tocantins e Maranhão, facilitando a exportação de grãos produzidos no norte do estado do Tocantins pelo Porto de Ponta da Madeira, no Maranhão.

17/03/2021 – Vale