A SuperVia recolheu mais de 4 mil toneladas de lixo doméstico do sistema ferroviário do Rio, em 2020, resíduos esses não relacionados à operação e manutenção dos trens. Em comparação ao ano anterior, o total representa quase mil toneladas a mais do que foi recolhido em 2019. O volume de 2020 corresponde ao peso aproximado de um prédio de 15 andares.
O material inclui objetos variados como móveis, eletrodomésticos, plásticos, embalagens e é irregularmente descartado por moradores de comunidades vizinhas à via férrea.
“A prática do descarte irregular causa transtornos e riscos à operação dos trens, problemas de saneamento e saúde pública, além de prejuízos financeiros. Em dias de chuvas, por exemplo, o lixo vai para o sistema de drenagem, entope as canaletas e causa alagamento na via, levando à interrupção da circulação ou a uma operação mais lenta dos trens”, explica Roberto Fisher, gerente de Via Permanente da concessionária.
Para evitar bloqueios da via férrea, a SuperVia realiza um trabalho periódico de recolhimento do lixo doméstico utilizando trens de manutenção, apesar desta não ser atribuição de uma concessionária de transporte. No ano passado, a SuperVia gastou cerca de R$ 2,1 milhões com o serviço de retirada desses resíduos da linha férrea, recursos que poderiam estar concentrados apenas na prestação do serviço ferroviário.
O recolhimento foi mantido mesmo durante a pandemia, quando a concessionária observou significativa perda de passageiros e, consequentemente, perda de receita. O mês com o maior volume recolhido em 2020 foi setembro, quando foram retiradas 2.890 toneladas de lixo do sistema.
Ainda assim, não é possível retirar todo o material descartado irregularmente no sistema, pois é preciso seguir um cronograma que não prejudique a operação dos trens. Para tanto, a concessionária prioriza as regiões com maior demanda.
A maior quantidade de lixo, 1.142 toneladas, foi retirada do ramal Santa Cruz, cujos pontos mais críticos são as imediações das estações Mocidade/Padre Miguel, Senador Camará e o trecho entre Benjamim do Monte e Cosmos. Mas, o problema afeta todos os ramais:
Ramal Saracuruna – 912 toneladas (incluindo as extensões Via Inhomirim e Guapimirim). Pontos mais críticos: imediações das estações Gramacho, Duque de Caxias, Manguinhos e Triagem.
Ramal Belford Roxo – 710 toneladas. Pontos mais críticos: imediações das estações Jacarezinho, Del Castilho, Barros Filho, Costa Barros, Pavuna/São João de Meriti, Vila Rosali, Agostinho Porto e a passagem em nível de Aurélio Valporto.
Ramal Japeri – 640 toneladas. Pontos mais críticos: as imediações das estações Ricardo de Albuquerque, Olinda, Nilópolis, Mesquita, Comendador Soares, Edson Passos, Austin e Queimados.
Ramal Deodoro – 606 toneladas. Pontos mais críticos: as imediações das estações São Francisco Xavier, Riachuelo, Olímpica de Engenho de Dentro, Bento Ribeiro e Marechal Hermes.
16/03/2021 – SuperVia