Projeto arquitetônico substituiu a estruturas abertas para operação em 1867 e 1888
A Estação da Luz se tornou um importante ponto da capital paulista, por ser um local que recebe, diariamente, milhares de pessoas e também pela beleza inspiradora de sua arquitetura, que mereceu tombamento do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat) e a admiração do atento e nostálgico olhar paulista.
“Todas as estações são importantes porque levam e trazem diversas histórias todos os dias, a Estação da Luz desperta em nós uma sensação de amor, ela é um símbolo especial de São Paulo, tenho certeza que boa parte dos paulistas compartilha desse sentimento comigo”, afirma o diretor-presidente da CPTM, Pedro Moro.
Em 1867 era inaugurada pela empresa Inglesa São Paulo Railway o lastro ferroviário que ligava Santos a Jundiaí, com extensão de 159 quilômetros e passagem por São Paulo justamente na Estação da Luz e Cubatão. Na mesma data, 16 de fevereiro, as estações Água Branca, Perus e Francisco Morato, da atual Linha 7-Rubi, e São Caetano do Sul, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra da Linha 10-Turquesa, foram postas em operação.
O prédio original funcionou até pelo menos 1888. O rápido crescimento de passageiros e a necessidade de escoamento de produção exigiam mais espaço e estrutura e, em 1° de março de 1901, finalmente, é colocada em operação a instalação que conhecemos hoje. Ao longo do tempo a estação teve reparos. Umas das mais importantes intervenções foi a obra para anexar o Museu da Língua Portuguesa, hoje todo restaurado após o incêndio de grandes proporções ocorrido em 2015.
Olhares curiosos devem se perguntar de onde veio a ideia de construir uma estação tão cheia de personalidade e forte o bastante para estar em pleno estado de conservação, mesmo após um século e uma operação diária pesada. Esses atenciosos olhares também devem perceber a semelhança com a arquitetura inglesa dominante no século de XIX e início do XX. Além do investimento inglês, o idealizador da planta, a maior parte dos materiais vinha da Inglaterra e, por isso, a ferrovia ficou conhecida como “Ingleza”. Em 1982, a Condephaat confirmou o tombamento do local como patrimônio histórico. A estrutura do local se encaixa no estilo neoclássico liderado pelo britânico Charles Driver, que trouxe elementos arquitetônicos góticos como as torres paralelas em referência às da Abadia londrina de Westminster e o Relógio inspirado no Big Ben. Em 2020, a CPTM em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo, Fundação Roberto Marinho e Órgãos de preservação do Patrimônio, iniciou o restauro e pintura das fachadas e torreões da Estação da Luz.
Com 13,2 mil metros quadrados de área, a estação dá acesso a duas linhas da CPTM: Linha 7-Rubi e Linha 11-Coral (Luz-Estudantes), além das integrações gratuitas com as Linhas 1-Azul e 4-Amarela, do Metrô. A estação recebe uma média de 250 mil passageiros por dia útil e os trens da CPTM realizam diariamente cerca de 840 viagens.
Para o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, a Luz é uma grande marca da história ferroviária brasileira. “As pessoas vão até a estação e sentem São Paulo viva, assim como a cidade realmente é. Estamos felizes em comemorar esses 120 anos e também por trabalhar para alinhar o peso histórico à melhor eficiência possível. A construção do túnel ligando CPTM, Metrô e ViaQuatro é um exemplo dessa eficiência e do quanto nossa gestão trabalha para melhorar ainda mais a experiência do passageiro”.
Novo túnel de transferência da Estação da Luz
O edital do projeto executivo e obras para a construção de um túnel que ligará o saguão 2 da Estação Luz à Linha 4-Amarela de metrô foi publicado em 11 de fevereiro de 2021.
O prazo previsto para elaboração do projeto executivo e a execução da obra é de 36 meses, com valor estimado de cerca de R$ 68 milhões. O novo túnel terá início no entroncamento entre o saguão 2 da Estação da Luz e o acesso atual na Rua Cásper Líbero. Esta obra irá ampliar o acesso da parte inferior da estação na ligação com as Linhas 1-Azul e 4-Amarela, principalmente nos horários de pico.
Na plataforma central está prevista a instalação de duas novas escadas rolantes, onde hoje existem duas escadas fixas, e a construção de duas novas escadas fixas. O projeto também prevê a readequação dos sanitários existentes no mezanino do corredor principal e a construção de mais dois sanitários para pessoas com necessidades especiais.
Além disso, será construído um novo acesso à CPTM na Rua Cásper Líbero, ao lado da entrada da Linha 4-Amarela. As atuais entradas, na mesma rua, serão fechadas já durante a obra.
“Além de ser uma das mais bonitas da cidade, a Estação da Luz é também uma das mais importantes por interligar CPTM, Metrô e ViaQuatro. A construção do novo túnel irá garantir mais mobilidade, segurança e rapidez para os passageiros destes modais ferroviários”, completa o secretário.
26/02/2021 – CPTM