Lançada pelo Instituto Avon e criada pela Wieden+Kennedy, a campanha acontece no período de 21 dias de ativismo e apresenta diferentes maneiras de protestar e mudar o mundo pelo que você acredita
A CPTM e o Instituto Avon estreiam, nesta sexta-feira (20/11), uma campanha nas plataformas digitais da marca para a conscientização e o posicionamento da sociedade em prol do enfrentamento das violências praticadas contra mulheres e meninas no Brasil. A ideia principal da ação criada pela Wieden+Kennedy é desmistificar o caráter radical do ativismo, oferecendo formas menos extremadas, mas não menos válidas, de protesto diante das violências de gênero. “Se você não é conformista, você é ativista” é uma das abordagens da campanha.
O cenário atual revela a importância do posicionamento genuinamente engajado da sociedade e não apenas um compromisso presente no discurso. Um estudo apresentado pelo Instituto de Pesquisa DataSenado mostrou que 41% dos casos de violência contra a mulher, no último ano, ocorreram enquanto a vítima mantinha algum tipo de relação com seu agressor. Outro dado deste mesmo estudo revela que 27% das brasileiras declararam já ter sofrido algum tipo de violência.
Diante desse contexto, a campanha tem como principal objetivo a ressignificação da conduta estereotipada do ativista, mostrando que existem vários jeitos de enfrentar as violências contra mulheres e meninas. Basta você encontrar o seu e, assim, contestar padrões, combater conceitos machistas e interromper comportamentos violentos contra a mulher.
“Dois dos pilares de atuação do Instituto Avon são a promoção do conhecimento e do engajamento da sociedade. Neste sentido, criamos essa campanha para ajudar as pessoas a adotarem pequenas atitudes transformadoras, no dia a dia, para o posicionamento em relação à defesa da mulher. Diante de números tão alarmantes, não podemos nos furtar de agir – seja de modo veemente e ousado, seja de modo sutil e bem-humorado. A ideia é apresentar saídas possíveis para que cada um se manifeste, à sua maneira, e conteste padrões que reforçam o papel submisso da mulher e, assim, juntos, colaboremos para enfrentar a violência contra mulheres e meninas” destaca Daniela Grelin, diretora-executiva do Instituto Avon.
Os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulheres começam, no Brasil, no dia 20 de novembro – data em que é comemorado o Dia da Consciência Negra – e se encerra no dia 10 de dezembro, quando se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Esse momento, também chamado de período laranja, é voltado para a mobilização e educação da sociedade para a erradicação da violência de gênero.
A estratégia foi desenvolvida com foco nas redes sociais, onde está o público-alvo da campanha, com posts com conteúdo diário que a cada dia mostra tipos diferentes de ativismo para servirem de inspiração. A campanha será replicada em todas as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), pelas empresas signatárias da Coalizão Empresarial pelo Fim das Violências contra Mulheres e Meninas.
Em Movimento por Elas
Lançado em março deste ano, em parceria com o Instituto Avon, o Programa Em Movimento por Elas consiste na formulação de políticas públicas no âmbito da companhia, criando uma rede de proteção às mulheres com base em implementação de projetos internos e externos que permitam o fortalecimento da autoestima, visibilidade para questões de gênero e combate à violência contra a mulher.
“Todas as grandes empresas têm importantes discursos pela valorização da mulher e combate ao machismo. A CPTM é uma grande empresa, transporta três milhões de pessoas sendo que a maior parte são mulheres. Queremos ir além do discurso, queremos que as nossas passageiras sejam respeitadas e as nossas colaboradoras vejam a companhia como um lugar seguro, acolhedor e, principalmente, justo para elas”, explica Natália Prado, assessora executiva da CPTM e uma das idealizadoras do programa.
A CPTM veicula, também, nas estações, trens e redes sociais, campanha de combate a importunação sexual, com foco na importância das pessoas, que presenciaram o ato, testemunharem. E para reforçar esse ato de ajuda ao próximo, a CPTM disponibiliza a todos que forem testemunhas um atestado, para que a pessoa possa justificar um atraso ou até uma falta ao trabalho. As redes da CPTM também divulgam cartilhas digitais do Instituto Avon. Outras ações já estão programadas para os próximos meses, mostrando que o respeito à mulher deve ser trabalhado todos os dias, por todos.
No cronograma de ações da campanha, estava prevista a entregar de 36 salas do Espaço Acolher, que têm como objetivo dar atendimento humanizado e com privacidade a mulheres vítimas de violência ou importunação sexual nos trens e estações da companhia. Até 03 de novembro, a CPTM entregou 38 espaços Acolher.
20/11/2020 – CPTM