Estação do Metrofor ganha colorido especial

Em meio ao vai e vem de pessoas que entram e saem dos trens do Metro de Fortaleza (Metrofor) na Estação Conjunto Ceará um novo colorido tomou conta dos muros do local, enchendo os olhos de quem passa pelo equipamento público e acaba diminuindo o passo para contemplar as telas.

A expressão das linhas dos múltiplos desenhos convida as pessoas a apreciar cada uma das telas que esconderam o cinza frio e pouco convidativo.

Agora, quem passa pela Estação Conjunto Ceará do Metrofor se depara com dezenas de telas grafitadas por artistas do bairro e de outras comunidades, transformando o equipamento público em um local de encontro da população do Conjunto Ceará e dos bairros vizinhos.

A iniciativa, batizada de 4Town Grafite, foi realizada com apoio do Metrofor e da Escola Porto Iracema das Artes em conjunto com o Projeto Ruela, Secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará, Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e Instituto Dragão do Mar com apoio da MPE Engenharia e Museu do Caju.

Para o presidente do Metrofor, Fernando Oliveira, a iniciativa soma-se a outras que estão sendo desenvolvidas para gerar o sentimento de “pertencimento” do cidadão a uma obra pública. Recentemente, como lembra o executivo, foi lançada uma campanha incentivando o cidadão a conscientizar usuários sobre importância das estações limpas.

“Transportamos milhares de pessoas em nossos trens e elas são as primeiras a serem beneficiadas com uma estação bem cuidada, por exemplo. Trazer a comunidade para perto de uma estação que lhe serve diariamente é reconhecer que, somente com o envolvimento do cidadão, teremos equipamentos públicos mais bem conservados e integrados ao dia a dia de todos”, disse Fernando Oliveira.

O dirigente lembra que é preciso extrapolar a ideia de cuidado. “É importante lembrar que essa iniciativa de dar cor a uma obra naturalmente cinza ratifica a ideia de que um ambiente bem cuidado e limpo contribui para afastar possíveis atos de furto, roubo ou violência, e com isso, a comunidade pode usufruir de uma estação como ponto de encontro, lazer, cultura, aprendizado, enfim, um local democrático e de acolhimento social”, concluiu.

Para a artista Narah Adjane, uma das coordenadoras do Projeto Ruela, a iniciativa, de fato, aproxima as pessoas do bem público. “A gente sabe a diferença que faz uma mudança visual. Aquele espaço é o quintal da casa de muitas pessoas. Não apenas de quem mora no entorno, mas de toda região que usa o transporte diariamente. A mudança visual muda o cotidiano, muda a sensação do espaço. Às vezes a sensação é inóspita e passa a ser viva”, destaca Narah.

Ela lembra ainda que os temas abordados nas artes tratam de questões centrais no cotidiano das periferias, como a inclusão social e a luta contra violência que atinge mulheres, negros e as minorias. “As mensagens devem refletir a luta de resistência das periferias”, comenta.

Para o Metrofor, o esforço de tornar o projeto uma realidade é convertido na melhoria da relação com as comunidades que utilizam as linhas ou convivem com elas em seus bairros, como explica a psicóloga Bárbara Teophilo Araújo Notthingman, que coordena as iniciativas sociais do Metrô. “Esse projeto, além de valorizar o patrimônio público, aproximar e resignificar a relação com os usuários dos trens, é uma oportunidade de incentivar a arte urbana, tornando o local uma galeria de arte aberta, acessível a todos afirma Bárbara.

A Estação Conjunto Ceará da Linha Oeste é localizada no limite entre Fortaleza e Caucaia, em trecho em que a linha férrea marca a fronteira entre as duas cidades. A ação, portanto, beneficia também moradores de bairros adjacentes em Caucaia, como Jurema e Parque Albano.

Sobre a Linha Oeste: A Linha Oeste interliga o centro de Fortaleza ao município de Caucaia, na região metropolitana da capital cearense. São 7,9 mil pessoas transportadas por dia, em média. De uma ponta a outra, são 19,5 km de extensão, passando por 10 estações.

23/10/2020 – Metrofor

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