Visitas guiadas, premiação de trabalhos técnicos e conferência internacional movimentam a abertura da 25° Semana de Tecnologia Metroferroviária

Foi dada a largada da 25° Semana de Tecnologia Metroferroviária (STM), evento promovido anualmente pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP). O primeiro dia do encontro aconteceu ontem, dia 03 de setembro, e foi marcado por três momentos principais: visitas técnicas, premiações e uma conferência conduzida pelo Diretor Geral Adjunto do grupo francês Régie Autonome des Transports Parisiens (RATP), Philippe Martin.

No período da manhã, os convidados da STM puderem conhecer os Centros de Controle Operacional (CCO) do Metrô de São Paulo, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da Via Quatro e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). No Metrô de São Paulo, por exemplo, a visita técnica foi conduzida pelo coordenador Wellington Fonseca Dias, que explicou o funcionamento do sistema que transporta cerca de 5,1 milhões de pessoas por dia na capital paulista. “Atualmente, nós atuamos em três frentes: controle de tráfego, supervisão do fluxo de passageiros e controle do sistema elétrico”, pontuou.

Dias também aproveitou o momento para apresentar as principais realizações da companhia nos últimos meses. “Inauguramos as estações Campo Belo e Jardim Planalto recentemente, bem como retomamos a expansão da Linha Verde. Além disso, fomos nomeados o melhor serviço público de São Paulo”, concluiu. Para reforçar todos estes pontos, a apresentação foi seguida por uma visita guiada ao monotrilho da Linha 15 – Prata, uma das mais modernas do sistema de transporte metroferroviário da cidade de São Paulo.

Cerimônia de abertura e entrega do prêmio “Tecnologia e Desenvolvimento Metroferroviários ANPTrilhos-CBTU”

Após as visitas técnicas, os participantes da 25° Semana de Tecnologia Metroferroviária se reuniram no Hotel Matsubara, em São Paulo, para acompanhar a cerimônia de abertura do evento.

Pedro Machado, presidente da AEAMESP, iniciou a rodada de apresentações. Machado reforçou que toda a programação da STM foi preparada com muito afinco por uma rede colaborativa, formada pela entidade e parceiros, para reunir uma extensa grade de apresentações técnicas e estandes de empresas relacionadas às soluções de transporte sobre trilhos de passageiros e cargas. “Além disso, essa é uma edição especial, pois estamos comemorando o nosso jubileu de prata”, ressaltou.

Entre as autoridades, que também participaram da cerimônia, estavam: Joubert Fortes Flores Filho, presidente da ANPTrilhos; Luiz Eduardo Argenton, Diretor de Operação e Manutenção da CPTM; Silvani Alves Pereira, presidente do Metrô de São Paulo; Sebastián Court Benenvuto, Secretário Geral da Alamys; e Miguel da Silva Marques, superintendente da CBTU Belo Horizonte.

Na sequência, foi a vez de anunciar os vencedores do 6º Prêmio Tecnologia & Desenvolvimento Metroferroviários ANPTrilhos-CBTU. Realizada pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) e da Companhia Brasileira de Trens Urbano (CBTU), a premiação visa incentivar a produção técnica do setor metroferroviário e o intercâmbio tecnológico entre os profissionais da área. “Essa é uma forma de valorizar e reconhecer o que está sendo feito dentro das nossas empresas, de forma a contribuir cada vez mais para o aprimoramento do transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil”, disse Joubert Fortes Flores Filho, presidente da ANPTrilhos.

Confira, abaixo, os primeiros colocados em cada uma das categorias:

Categoria 1 – Políticas públicas, planejamento urbano, planejamento de transporte, financiamento (funding), gestão de empreendimentos de transporte, tarifas e custeio do serviço.
Vencedor: Melissa Belato – Metrô SP

Tema: Implantação e gerenciamento dos processos de pequenos reparos (zeladoria) no Metrô de São Paulo.

Categoria 2 – Sustentabilidade, meio ambiente, mobilidade sustentável, gestão, comunicação com o usuário e formação profissional.

Vencedor: Conrado Souza – CPTM

Tema: Gestão de processos de inundação, enchentes e movimentação de solo na ferrovia.

Categoria 3 – Projetos de sistemas de transporte e seus subsistemas, inovação tecnológica, aprimoramento de técnicas de implantação, operação e manutenção de sistemas de transporte, planejamento e concepção de sistemas.

Vencedor: Arnold Steiner – Metrô SP

Tema: Estudo de caso de transferência de carga aplicada em interface de estruturas em Acesso de Estação.

RATP compartilha as perspectivas do setor de transporte metroferroviário de Paris
Encerrando o primeiro dia de evento, Philippe Martin, Diretor Geral Adjunto do grupo francês Régie Autonome des Transports Parisiens (RATP), apresentou a palestra “Andando em direção de uma cidade melhor”, na qual abordou a evolução histórica, plano de negócios e perspectivas futuras da empresa. “Trabalhamos em doze países e nosso objetivo é gerenciar os sistemas de transporte com qualidade, de forma multimodal e em escada mundial”, disse. Em Paris, por exemplo, todas as linhas de trens, metrôs, ônibus e bondes elétricos que estão sob o cuidado da empresa atuam de forma conectada.

“Atualmente, uma das principais questões é desenvolver a nossa rede de transportes, pois temos muitos problemas relacionados à capacidade da frota. Precisamos construir novas linhas e fazer melhorias nas linhas antigas. Estamos constantemente trabalhando nisso, pois é exatamente o que os usuários querem: um sistema de metrô eficiente”, destacou. Alinhada a esta realidade, a RATP tem atuado em diferentes frentes. “Estamos terminando de trocar os veículos das linhas 4, 11 e 14, mas pretendemos modernizar toda a frota até 2031. Quando a linha 14 estiver completa, ela terá capacidade para transportar mais de 1 milhão de passageiros por dia”, analisou.

Além disso, a RATP também está modernizando o sistema de sinalização, com o objetivo de diminuir os intervalos entre os trens. Outra aposta da empresa tem sido a automatização, afinal, linhas automatizadas trazem ganhos de capacidade, flexibilidade e segurança. “O nosso projeto de transformar as linhas em automáticas deve acontecer no prazo de 8 a 10 anos. Muito diferente do Brasil, na França, os projetos não são interrompidos. Por vezes, o recurso diminui e o projeto acaba durando mais tempo, mas ainda assim nós vamos até o fim”, concluiu.

04/09/2019 – Rede Noticiando