A urbanização recente
Na década de 80, as dez Regiões Metropolitanas do Brasil concentraram 80% da população nacional. O Brasil deixou de ser um país rural para se tornar um país de cidades, algumas delas grandes. São Paulo tornou-se a terceira cidade mais populosa do mundo.
São Paulo e Rio de Janeiro, desde os anos 30, cogitavam seus projetos de Metrô. Em São Paulo, os primeiros estudos de implantação do Metrô datam da década de 40, promovidos pela Prefeitura. A cidade intitulava-se então a ‘locomotiva do Brasil’ e comparava-se a Buenos Aires, que construiu seu Metrô em 1920.
Algumas obras objetivando simbolicamente o futuro do Metrô foram realizadas na gestão do prefeito Prestes Maia, mas não significaram por si só o seu início.
A iniciativa real do Metrô na cidade ocorreu na gestão do prefeito Faria Lima, em 1968.
Atualmente temos em curso no País oito cidades que já operam seus Metrôs ou que os planejam.
A Cia. do Metrô de São Paulo, hoje
O Metrô é gerido pelo Governo do Estado de SP, por sua Secretaria de Transportes
Metropolitanos depois de seu início pela Prefeitura de SP.
Atualmente a Cia. do Metrô opera três linhas, a 1, a 2 e a 3. A Linha 4 é operada na forma de
concessão ao setor privado assim como o que se pretende fazer com a Linha 5, em fase de término de implantação e com a futura Linha 6. Assim serão concedidas também as duas linhas do Monotrilho em construção.
O início do Metrô de São Paulo
O Metrô de S. Paulo foi, ao mesmo tempo, uma obra pioneira com profunda participação da
engenharia nacional e também um salto tecnológico significativo em nível mundial.
A iniciativa do projeto foi então da Prefeitura de S. Paulo, que criou a Cia. do Metropolitano de S. Paulo. No que diz respeito às condições financeiras necessárias ao empreendimento, essas foram viabilizadas pela nova Constituição da época que, na sua parte fiscal, criou o que foi assim chamado Imposto de Circulação de Mercadorias (ICM), concebido ‘em cascata’, ou seja, cobrado na sequência do processo de comercialização do produto pelo seu valor agregado no processo produtivo em substituição ao anterior Imposto de Vendas e Consignações (IVC), cobrado por etapa do processo produtivo. Essa mudança permitiu à Prefeitura os recursos suficientes para a construção da primeira linha.
A obra civil
A Linha Norte-Sul, ligando os bairros de Santana ao Jabaquara, a Número 1 Azul, foi escolhida como a primeira linha do Metrô a ser construída e para efeito de licitação e construção foi dividida em 11 trechos contados do Norte para o Sul.
O início das obras civis da Linha ocorreu em 14/12/1968, no mesmo dia da promulgação do AI5. Na divisão das obras, o seu Trecho 3 Central, de maior volume até agora no Metrô, exigiu uma licitação de empreiteira de grande porte e o uso de máquinas tuneladoras então ainda não conhecidas pela engenharia nacional. A necessidade identificada de uma mudança no projeto construtivo da estação, além de reduzir enormemente seu custo, significou o remodelamento urbano do centro da cidade. A necessidade de expansão da área livre entre as praças centrais da Sé e Clóvis Beviláqua impôs a demolição do quarteirão inteiro entre elas e nele de um prédio
Plinio Assmann, presidiu a Cia. do Metrô de S. Paulo de 1971 a 1977, durante a construção e implantação da operação da primeira linha de Metrô do Brasil e deu início à construção da segunda.
Fundou a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e a presidiu em 1973. Presidiu em 1978 o Conselho da Cia. do Metrô do Rio de Janeiro. Foi secretário de Transportes do Governo de S. Paulo na gestão Mário Covas. Presidiu o Instituto de Engenharia de 1983 a 1984.
Artigo publicado no livro “Mobilidade Urbana sobre Trilhos na Ótica dos Grandes Formadores de Opinião”, planejado e publicado pela ANPTrilhos – Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos.
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