Trensurb e RGE Sul firmam protocolo de intenções para estudar projeto de eficiência energética

Projeto-piloto a ser avaliado prevê modernização de um trem e uma estação, incluindo a geração de energia fotovoltaica.

A Trensurb e a RGE Sul firmaram protocolo de intenções, na última sexta-feira (28), com o objetivo de realizar um estudo de viabilidade técnica, econômica e regulatória para implantação de projeto de eficiência energética. Todo o trabalho será realizado de acordo com os requisitos do Programa de Eficiência Energética (Propee) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A partir do estudo, a Trensurb desenvolverá três projetos-piloto:

– modernização de um dos trens da série 100 (frota original), através da troca dos motores de tração de corrente contínua por motores de corrente alternada, a implementação de sistemas regeneradores de energia e de controle;

– substituição das atuais lâmpadas halógenas de uma estação por lâmpadas mais econômicas (tecnologia LED), bem como a substituição de motores e sistemas de gerenciamento e gestão de energia;

– implantação, na laje de cobertura de uma estação, de placas fotovoltaicas, bem como instalação de inversores, transformadores e painéis de controle para geração de energia elétrica.

Os recursos financeiros para implantação do empreendimento serão providos de acordo com regras estipuladas pelo Propee, que determina que as concessionárias de energia invistam parte de sua receita operacional líquida em projetos de eficiência energética.

Benefícios: economia, modernização e projeto-modelo

Conforme o diretor-presidente da Trensurb, David Borille, a iniciativa tem o cidadão como grande beneficiário e sua execução trará quatro principais melhorias: econômica, modernização dos trens série 100 da Trensurb, melhoria do sistema de gerenciamento e gestão de energia e legado do programa.

Na questão econômica, estudos preliminares indicam que a realização do projeto reduzirá em até 30% o consumo de energia dos trens, trazendo uma economia de aproximadamente R$ 10 milhões por ano para a Trensurb. Essa é, hoje, uma das principais despesas de custeio da empresa. “Essa parceira vai nos permitir uma redução significativa de despesas. O que pretendemos é otimizar o consumo de energia da Trensurb”, afirma Borille.

Com a modernização dos trens série 100 serão possíveis, entre outras melhorias, a implantação de um novo sistema de controle dos trens e a instalação de ar-condicionado, importante demanda dos usuários. Já a melhoria do sistema de gerenciamento e gestão de energia aumentará a qualidade e quantidade de informações, proporcionará a integração com todo o sistema, bem como a evolução para novos patamares de eficiência e análise de riscos.

Por fim, um grande destaque para essa iniciativa é que, certificados os resultados dos projetos-pilotos, a Trensurb terá documentos técnicos que servirão como legado público, sendo disponibilizado às operadoras de sistemas metroferroviários interessadas em realizar programas de eficiência energética. Esses estudos servirão como ponto de partida para que as empresas avaliem a forma mais adequada de otimização do consumo de energia, modernização de frotas de trens, estações de passageiros e seus sistemas de gestão.

Ações previstas e importância econômica do projeto

A primeira fase de ações é a assinatura do protocolo de intenções. Após a assinatura, será definido, entre as partes, o cronograma para execução do projeto. Estima-se que o estudo de viabilidade seja concluído em novembro deste ano.

O projeto prevê também a melhoria no sistema de informações de segurança e estatísticas para análise de dados e aprimoramento do consumo de energia das estações, além de implantação do uso de energia por fonte renovável, o que permitiria mais economia para a Trensurb.

De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), hoje, nos sistemas metroferroviários brasileiros, existem aproximadamente 2.764 motores de corrente contínua que poderiam ser substituídos. Em uma estimativa preliminar, com a aplicação desse programa de eficiência energética nas empresas do setor, incluindo as melhorias nas estações com seus sistemas de geração de energia, seria possível chegar a uma redução de aproximadamente 300 gigawatts-hora por ano no consumo, energia suficiente para abastecer cerca de 160 mil residências durante um ano.

Para o diretor-presidente David Borille, “mais do que uma questão econômica, esse empreendimento representa boa administração de recursos e o dever de ofício que deve fazer parte do existir de toda empresa pública: valorizar a contribuição de cada cidadão e cidadã”.

01/10/2018 – Trensurb