fm18_leonardo_vianna_300x300De acordo com o Balanço do Setor Metroferroviário 2017/2018, divulgado pela ANPTrilhos, a rede de transporte de passageiros sobre trilhos do Brasil cresceu 30,2 km em 2017. A expansão é resultado da inauguração de novas linhas, como, por exemplo, a Linha 2 do Metrô de Salvador, que teve aumento de 14,4 km em apenas 1 ano, além do Metrô de São Paulo, com aumento de mais 3 km em função da ampliação da Linha 5-Lilás.

Para abordar os caminhos que o Brasil deverá percorrer para sanar o déficit na mobilidade, por meio das concessões e da implantação de sistemas de transportes integrados e de qualidade, o Fórum de Mobilidade ANPTrilhos entrevistou Leonardo Vianna, Presidente da Divisão de Mobilidade Urbana do Grupo CCR, corporação com atuação em São Paulo, com a ViaQuatro; em Salvador, com o Metrô Bahia; e no Rio de Janeiro, com o VLT Carioca.

Vianna é um dos palestrantes do Fórum de Mobilidade ANPTrilhos, evento que será realizado no dia 18 de julho, em Brasília, e contará com a participação de especialistas e os candidatos à Presidência da República. O executivo do Grupo CCR participará do Painel “Bases para o desenvolvimento da mobilidade”.

Confira a entrevista com o Presidente da Divisão de Mobilidade Urbana do Grupo CCR:

De que forma o Brasil pode se beneficiar com a expansão e o desenvolvimento do sistema metroferroviário de passageiros?

Leonardo Vianna: As grandes metrópoles do país estão congestionadas e a única forma de resolver esse gargalo é investindo em mobilidade urbana. Entretanto, sabemos que o orçamento do Estado, em todas as suas instâncias, é curto e precisa ser desonerado com urgência. Como solução viável, sabemos que a implementação de Sistemas Integrados de transporte de passageiros com meios de grande capacidade nos corredores estruturantes, tem uma função primordial na restruturação dessas cidades, proporcionando eficiência no deslocamento e um consequente aumento de produtividade.

É dessa demanda que surgem os modelos de concessões de transporte sobre trilhos vigentes no país. Modelos que, inclusive, estão em constante aperfeiçoamento. Cabe ao poder público delegar, por meio de licitações e contratos, a operação de um serviço de transporte a uma instituição privada que poderá, de acordo com o tipo de contrato firmado, financiar a construção de projetos de infraestrutura, garantindo atendimento pleno às necessidades dos projetos firmados e desonerando o poder público de funções plenamente exercidas por instituições privadas.

É justamente da combinação das duas necessidades: desoneração do caixa e ampliação dos serviços, que nasce o sucesso das Parcerias Público-Privadas (PPPs), extremamente bem-sucedidas nos modelos aplicados pela CCR, em São Paulo, com a ViaQuatro; em Salvador, com o Metrô Bahia; e no Rio de Janeiro, com o VLT carioca. E, mais recentemente, também chegará às operações das linhas 5 e 17, em São Paulo, por meio do nosso novo consórcio Via Mobilidade. Cada um dos casos têm suas particularidades e formato distintos para atender as necessidades de cada local, mas todos apontam para o compromisso maior do Grupo CCR, que é investir na infraestrutura e no desenvolvimento do país. A iniciativa privada tem recursos e know-how para investir, enquanto o poder público pode, por meio desse tipo de parceria, ampliar a qualidade e o alcance do transporte público oferecido à população. É um modelo em que todos são beneficiados.

Quais os caminhos a seguir com foco em um desenvolvimento sustentável?

Leonardo Vianna: Sem dúvida, quando se trata de desenvolvimento sustentável, o modal sobre trilhos é o mais eficiente. A conscientização das pessoas para o uso racional de recursos e a eficiência energética do setor de transportes é cada vez mais latente. Nos grandes centros urbanos, muitos já optam por trocar o transporte individual por transportes públicos e outras opções sustentáveis como, por exemplo, o uso da bicicleta. Nesse sentido, cidades nos Estados Unidos e na Europa têm focado suas atenções no sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) como uma das soluções para atender aos padrões de mobilidade sustentável e de qualidade.

Desde 2016, o Grupo CCR opera o VLT no Rio de Janeiro (com 24,88% das ações). Além de disponibilizar à população carioca e aos visitantes uma alternativa de mobilidade urbana inovadora e moderna, no Centro e na Região Portuária, áreas com grande vocação turística (cultural e gastronômica), o modal, por ter tração elétrica, não produz emissões de poluentes. As emissões de gases do efeito estufa são relativas somente à geração de energia elétrica pela matriz energética do país. No caso do Brasil, nossa principal fonte é fundamentalmente renovável. Esse é um modelo que pode facilmente ser reproduzido em outras cidades brasileiras.

A transformação no modelo de transporte público em Salvador, com a chegada das duas linhas do Metrô Bahia há pouco mais de três anos, também apresentou um grande impacto na capital. Atualmente, o metrô transporta 280 mil passageiros diariamente, resultando em mudanças positivas na qualidade de vida do soteropolitano e no trânsito da cidade.

De que forma o transporte de passageiros sobre trilhos e suas tecnologias podem contribuir para sanar o déficit na mobilidade urbana do país?

Leonardo Vianna: O uso da tecnologia é a chave para reduzir custos e otimizar os serviços dos transportes de passageiros sobre trilhos. Esse é um compromisso que temos em todos os nossos negócios. Recentemente, a ViaQuatro implementou inovações tecnológicas nos monitores das plataformas das estações da Linha 4-Amarela, onde um gráfico aponta, em tempo real, a disponibilidade de espaço nos carros do próximo trem, além de um cronômetro que permite visualizar o tempo que falta para a chegada da composição. As tecnologias para os dois dispositivos foram desenvolvidas pela própria empresa. É importante destacar que o indicador de lotação do trem é inédito em metrôs no mundo e, inclusive, foi reconhecido como Melhor Prática de Promoção, Comunicação e Mobilidade Urbana, na categoria latina do Prêmio UITP (União Internacional de Transportes Públicos).

Outra iniciativa de destaque é o simulador de trens, um suporte diferencial para a capacitação prática dos colaboradores e o primeiro do mundo desenvolvido para uma linha driverless. O equipamento faz parte do investimento permanente da concessionária em inovação e tecnologia, tendo como objetivo a melhoria constante da prestação de serviço e que serve, ainda, como modelo para outros negócios não apenas do Grupo CCR, mas em todo o país.

Qual a importância de um evento como o Fórum de Mobilidade ANPTrilhos para o país e a relevância do mesmo para a mobilidade brasileira?

Leonardo Vianna: Espaços para discussão e debates de ideias sobre mobilidade são sempre muito relevantes, visto que ainda temos muitos temas sensíveis e urgentes que precisam ser pautados nos fóruns e debatidos, também, junto à população, poder público, iniciativa privada e todos os demais stakeholders envolvidos e interessados no desenvolvimento da infraestrutura do Brasil.

O modelo de Parcerias Público-Privadas (PPPs) já possibilitou grandes avanços, mas ainda há muito para ser feito nesse setor. A falta da figura da “autoridade metropolitana” impacta no sistema de mobilidade urbana como um todo. O tema vem sendo abordado em diversas esferas, por ser de extrema importância para o planejamento da convivência estruturada entre os diversos modais no longo prazo. Com esse tipo de visão, não apenas o sistema metroferroviário, mas todo o sistema de mobilidade sofrerá mudanças muito positivas.

E enfatiza: Vale destacar, também, o compromisso que o Grupo CCR assumiu com o desenvolvimento da infraestrutura do país em todas as suas frentes, incluindo invariavelmente a mobilidade urbana e o transporte de passageiros sobre trilhos. Sendo assim, a empresa mantem-se sempre atenta às oportunidades de novos negócios apresentadas no mercado nacional, alinhado às premissas de disciplina de capital, crescimento qualificado e sustentável da empresa.

 

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15/05/2018 – Fórum de Mobilidade ANPTrilhos