Quase cinco meses depois da realização de uma nova licitação para dar continuidade às obras, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Parangaba-Mucuripe deve ter mais um trecho finalizado até o fim do próximo mês.

Dividido em três partes e com 66,2% de execução, o modal funciona em operação assistida desde julho do ano passado no trecho de 5 km de extensão entre as estações Parangaba e Borges de Melo. Em fevereiro, a previsão da Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) é entregar a parcela que corresponde à construção da passagem inferior da Avenida Borges de Melo, que tem 90% dos trabalhos concluídos.

Após o término da nova leva de intervenções, apenas uma etapa do ramal ficará com entrega pendente. Trata-se do terceiro trecho, situado entre as estações Borges de Melo e Iate, que inclui outras cinco plataformas.

Destas, apenas a estação Mucuripe ainda não teve obras iniciadas. Já a estação Antônio Sales é a que se encontra em estágio mais avançado, com mais de 99% dos trabalhos executados.

Segundo a Seinfra, o trecho entre as estações São João do Tauape e Borges de Melo está em operação experimental, funcionando sem passageiros. O teste servirá para alinhar e nivelar a linha férrea. O órgão não informou quando começará a operação com usuários, mas destacou que a expectativa é entregar toda a terceira etapa do modal até o fim de 2018.

Essa é a única parcela do VLT que ainda possui desapropriações em andamento. De acordo com a Seinfra, o projeto do ramal prevê 2.600 imóveis desapropriados. Desses, 10% não foram desocupados, todos no terceiro trecho de obras.

Operação assistida

Com intervenções já finalizadas, o segundo trecho do VLT, entre as estações Parangaba e Borges de Melo, funciona em operação assistida desde o último mês de julho. Conforme a Seinfra, até o dia 27 dezembro, 66.406 passageiros haviam sido transportados pelo modal.

A operação assistida acontece de segunda a sexta-feira, no período que vai das 6h até o meio-dia. O transporte dos passageiros é feito de forma gratuita.

O atraso na entrega dos demais trechos se deve às seguidas paralisações das obras, ocasionadas por problemas contratuais com as empresas selecionadas para executar os trabalhos. Em agosto, após um distrato com o consórcio responsável pelas intervenções no terceiro trecho, uma nova licitação foi realizada para dar continuidade à obra.

O trecho foi dividido em três lotes de licitação. O lote I corresponde à construção de quatro viadutos ferroviários na região das avenidas Rui Barbosa, Antônio Sales, Dom Luís e na Rua Aderbal Nunes Ferreira; de um elevado à altura da Avenida Aguanambi; e de duas pontes sobre o riacho do bairro São João do Tauape. O segundo lote inclui a construção e conclusão de seis estações e três passarelas. Já o terceiro se refere às obras nas vias férreas e acessos.

Histórico

Antes disso, em 2014, o Governo do Estado rompeu o contrato com o primeiro consórcio à frente das obras do ramal, que fazia parte do pacote de projetos de mobilidade para a Copa do Mundo no Brasil, naquele mesmo ano. A quebra do acordo foi atribuída ao descumprimento de prazos por parte das empresas. Os trabalhos só foram retomados em 2015, com a realização de outra licitação.

O VLT Parangaba-Mucuripe deverá passar por 22 bairros de Fortaleza e atender mais de 500 mil moradores da Capital. Ao todo, o projeto conta com 10 estações, distribuídas ao longo de 13,6 km de extensão. A previsão da Seinfra é que o percurso de uma extremidade à outra da linha seja percorrido em aproximadamente 30 minutos, com intervalo de sete minutos entre veículos, em média.

O transporte terá, ainda, integração com outros modais na Capital. A estação Parangaba possibilitará a ligação do ramal com o terminal de ônibus do bairro e a Linha Sul do Metrô de Fortaleza. Já a estação Papicu será conectada à Linha Leste do Metrô e ao terminal rodoviário da região.

03/01/2018 – Diário do Nordeste