Com investimento de R$ 20 bi, trem Intercidades volta a ser discutido

O governo estadual retomou as articulações para tentar viabilizar o projeto do Trem Intercidades (TIC), por meio de uma Parceria Público-Privado (PPP), com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o que inclui as cidades de Sorocaba e São Roque. No total, o projeto pretende que o Trem Intercidades percorra 431 quilômetros de ferrovia, tendo as regiões de Campinas, do Vale do Ribeira, Baixada Santista e a de Sorocaba interligadas a São Paulo. O investimento previsto é de R$ 20 bilhões.

Na semana passada, o diretor de infraestrutura do Banco no Brasil, Paul Procee, e mais oito profissionais da instituição, recebeu uma equipe do Bird para analisar o projeto do TIC. O objetivo do encontro foi apresentar o a proposta ao Bird para que ele atue como parceiro do governo estadual na viabilização do Trem Intercidades. Segundo Procee, a primeira fase do TIC deverá ligar as cidades de São Paulo, Jundiaí, Campinas e Americana por um percurso de 135 quilômetros em trilhos, com nove estações e investimento para implantação estimado preliminarmente em R$ 5 bilhões. O trem de média velocidade vai operar junto com a Linha 7-Rubi da CPTM, que já vai até Jundiaí. A estimativa inicial é de que o ramal transporte cerca de 60 mil passageiros por dia.

Custos divididos

De acordo com o governo estadual, por meio de uma PPP com o banco, os custos de implantação serão divididos entre o Estado e o concessionário, sendo que este também pode ter receita com tarifas e itens acessórios (publicidade, por exemplo). “O contrato é por prazo determinado: após o encerramento da parceria, toda a infraestrutura implantada volta para o Estado”, afirma Procee.

Durante a visita para conhecer a proposta do TIC, a equipe do Bird realizou visitas de campo, percorrendo os trechos de São Paulo a Campinas e de Campinas a Americana, para vistoriar o traçado e avaliar questões ambientais e de desapropriação do projeto. Além disso, também foram realizadas várias rodadas de reuniões no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, incluindo discussões sobre aspectos de engenharia e operacionais, traçado, demanda, desenvolvimento social e questões econômico-financeiras.

A expectativa do governo paulista é que o banco traga experiências internacionais que possam servir de exemplo para a viabilização do projeto. Atualmente, não há em operação nenhum transporte de passageiros sobre trilhos nestes moldes no Brasil. “A ideia de que o poder público deve fazer tudo sozinho é ultrapassada. Cada vez mais as cidades e Estados em todo o mundo contam com um parceiro privado para viabilizar projetos importantes”, disse Procee.

Para implantar o Trem Intercidades, o governo estadual necessita, também, da liberação das áreas sob gestão do governo federal no traçado da futura linha. A União já mantém uma linha de cargas no traçado pretendido e precisa liberar o Estado para ocupar as margens laterais com a linha de passageiros. Ainda não há prazo para o início do TIC.

30/09/2017 – Jornal Cruzeiro do Sul
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