Conheça propostas para o avanço da mobilidade sobre trilhos no país

Quais são os gargalos existentes no transporte de passageiros sobre trilhos no país? Quais medidas deveriam ser tomadas para que essa modalidade crescesse?

Com base em questionamentos como esses, a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) elaborou uma série de propostas para o avanço da mobilidade no país, que foram apresentadas aos candidatos à presidência.

Elas contemplam quatro pilares: o aumento da eficiência da rede de transporte público, a promoção do financiamento sustentável do setor, a priorização de investimentos públicos em sistemas estruturantes de alta capacidade e o incentivo ao transporte sustentável e limpo para a melhoria da qualidade de vida das cidades.

Conforme o documento de 24 páginas elaborado pela associação, os sistemas sobre trilhos usam vagões que consomem pouca energia elétrica e emitem 60% menos dióxido de carbono em comparação aos automóveis e 40% em relação aos ônibus.

“Mesmo a mobilidade sobre trilhos tendo maior capacidade de transporte e ser ambientalmente sustentável, no Brasil esses sistemas estão presentes em apenas 11 estados e no Distrito Federal. Transportam cerca de 10 milhões de passageiros diariamente. A demanda pela mobilidade sobre trilhos apresenta elevação em torno de 10% ao ano”, diz trecho das propostas para o avanço da mobilidade.

Apesar de a demanda crescer na casa dos dois dígitos, a rede instalada no país teve alta de apenas 3% no total de quilômetros nos últimos anos.

Para a entidade, as consequências são graves, como congestionamentos, acidentes, mortes, sobrecarga aos serviços públicos de saúde e de segurança e a poluição causada por outros modais de transporte.

As propostas da ANPTrilhos se somam às de outras entidades, também levadas aos presidenciáveis.

A Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), por exemplo, elaborou o Plano 1.000 com o objetivo de convencer o futuro presidente a propiciar investimentos no setor.

Com 75% de ociosidade na planta industrial e sem pedidos novos para a fabricação de vagões de passageiros em 2019, as empresas que atuam no setor ferroviário afirmam temer o desemprego no setor.

Como a Folha mostrou, porém, em sua maioria os candidatos à Presidência da República esqueceram ou citaram de forma superficial o setor ferroviário em suas propostas de governo.

Com capacidade instalada para a produção de 1.200 carros de passageiros por ano, a associação projeta um pacote que considera essencial para a mobilidade no país e, emergencialmente, pede a compra ou modernização de 1.091 vagões para metrô de São Paulo e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). São 465 novos carros e 626 modernizações.

Já a CNT (Confederação Nacional do Transporte), sob o nome “O Transporte Move o Brasil”, apresentou propostas aos candidatos em que cita que os principais motivos para o setor ferroviário não ser devidamente explorado no país são a sua limitada extensão e a concentração de rotas nas regiões centro-sul e litorânea.

A solução, conforme a confederação, passa pela expansão da malha ferroviária, com a construção de novos trechos e a recuperação dos que estejam em condições inadequadas.

O investimento mínimo necessário para a adequação da infraestrutura ferroviária, conforme o Plano CNT de Transporte e Logística, é de R$ 531,97 bilhões, dos quais R$ 307,9 bilhões com a construção de ferrovias.

16/10/2018 – Folha de São Paulo

 

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