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Artigo | Tecnologia a favor da segurança

Por Roberta Marchesi*

O setor brasileiro de transporte de passageiros sobre trilhos adota rigorosos protocolos de segurança e de manutenção, nos mesmos níveis dos principais operadores do mundo. Para ter ideia da seriedade com que esse tema é tratado, apenas no ano passado, foram mais de 10 milhões de horas de trabalho dedicadas à manutenção dos sistemas em todo o País. Esses protocolos envolvem a circulação dos trens, os centros de controle operacionais (CCOs), os pátios de manutenção e as estações.

No Brasil, os trens de passageiros são equipados com avançados mecanismos de segurança que ajudam a evitar colisões e descarrilamentos. Eles também contam com programas de monitoramento de velocidade e de alertas que sinalizam aos condutores qualquer perigo potencial à frente. Os veículos possuem, ainda, câmeras de segurança internas e externas que auxiliam a monitorar o comportamento dos passageiros e detectam possíveis ameaças.

EVOLUÇÃO. Os sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos já nascem com vários dispositivos de segurança. São divididos em quatro aspectos fundamentais: sinalização ferroviária, sistemas de comunicação, de tração e de comunicação com os passageiros. No início, a sinalização era feita via token, recurso que tinha como objetivo facilitar a movimentação segura dos trens nas ferrovias em uma via singela; depois, vieram os sistemas de zonas que dividiam as vias em áreas de segurança A seguir, foram incorporados conjuntos de proteção automática, o famoso ATP (automatic train protector); e, por fim, foram adotados os sistemas CBTC (communications-based train control), muito avançados do ponto de vista tecnológico.

Em relação à tração, o primeiro sistema de metrô urbano foi o de Londres, inaugurado, em 1863, com tração a vapor, que apresentava inconvenientes como faíscas da combustão, além do armazenamento e do abastecimento de água para as composições. Em 1890, ele evoluiu para a tração elétrica e, desde então, quase todos os sistemas urbanos importantes começaram a usar a tecnologia.

Durante muito tempo, a tração a diesel prevaleceu e, a seguir, vieram motores de corrente contínua. Atualmente, praticamente todos os sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos urbanos no mundo utilizam a tração elétrica, com a tendência de todos os novos adotarem os motores de corrente alternada, que são mais simples, de baixa manutenção e de altíssima confiabilidade.

INTERAÇÃO. A interferência do passageiro no sistema é um ponto que demanda muita atenção. Por exemplo, se algum usuário segurar o fechamento de uma porta de trem, praticamente ele começa a desregular todo o sistema. Então, é fundamental trazer o passageiro como aliado durante a prestação do serviço, o que é feito via comunicação visual e sonora, fundamentais para reforçar boas práticas, além de informar os protocolos para situações de emergência.

Uma das maiores evoluções tecnológicas do segmento foram os sistemas de comunicação. No começo, eles eram muito simples e baseados em telégrafo; depois, vieram os sistemas de rádio; e, hoje, são sistemas de altíssima tecnologia que utilizam as redes 5G. A comunicação com os passageiros praticamente não existia, era feita apenas pelos funcionários da operadora. Atualmente, com as tecnologias digitais, as informações chegam aos usuários de maneira instantânea, dentro dos carros de transporte e nas estações, com monitores compartilhando informações em tempo real.

Destaco, ainda, os centros de controle operacionais (CCOs) que auxiliam a tomar as melhores decisões possíveis, várias delas, inclusive, automaticamente.

Os CCOs são responsáveis por monitorar e gerenciar a circulação dos trens; o funcionamento das estações, dos pátios e a segurança dos passageiros. São equipados com programas de comunicação e monitoramento de tráfego, em tempo real, permitindo aos controladores responderem rapidamente em qualquer situação de emergência. Esses são alguns exemplos das constantes evoluções que têm permitido que o setor se adapte de forma rápida às novas tecnologias e esteja aberto à integração com novas aplicações.

* Roberta Marchesi é Diretora Executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Conselheira de Administração de empresas de transporte, Mestre em Economia e Pós-Graduada nas áreas de Planejamento, Orçamento, Gestão e Logística.

Artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, no caderno Mobilidade Estadão, em 19 de julho de 2023.

 

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