3 mil volts de tensão: Veja como funciona a tração elétrica na Linha Sul do Metrofor

Para garantir o transporte diário de milhares de pessoas com segurança e conforto, o Metrofor mantém em funcionamento uma eficiente infraestrutura elétrica que gera tração nos trens elétricos da Linha Sul. A infraestrutura é composta por 874 postes, distribuídos de Fortaleza a Pacatuba, que sustentam dezenas de quilômetros de fios de alta tensão, e que se conectam com os trens em movimento, possibilitando a transmissão de energia até os motores dos veículos. Esta é só uma parte do sistema que mantém o funcionamento da maior linha férrea em operação no Ceará.

A transmissão de eletricidade da rede aérea para os trens de unidade elétrica acontece por meio dos pantógrafos – que funcionam como “braços”, no teto dos trens – e das catenárias – que são estruturas fixas nos postes, que possibilitam a conexão com os pantógrafos. A tensão elétrica transmitida neste sistema é de 3.000 volts, correspondendo a 13 vezes o valor presente nas tomadas domésticas do Ceará. A infraestrutura elétrica está presente em toda a extensão da Linha Sul, com seus 24,1 quilômetros.

Mas a eletrificação da via começa em outros equipamentos que integram a rede elétrica: as subestações retificadoras. Localizadas próximas às estações Padre Cícero, Vila Pery e Rachel de Queiroz, as três subestações da Linha Sul são as unidades que recebem a energia elétrica da concessionária fornecedora (Enel), que chega em uma tensão de 69.000 volts. Nas subestações, a energia é transformada para tensão contínua, em 3.000 volts, atendendo aos parâmetros necessários para alimentação dos trens.

Fellipe Coutinho, engenheiro eletricista que gerencia a rede elétrica da Linha Sul, explica que há uma segmentação da rede elétrica, em oito trechos independentes. ”Assim, se houver uma ocorrência em um trecho específico, não é necessário desligar toda a rede elétrica para atuar naquele local. É possível que seja desligada apenas a seção em que será necessária intervenção, mantendo o funcionamento das demais seções elétricas e reduzindo o comprometimento da operação”, explica o engenheiro.

MANUTENÇÕES

Garantir o funcionamento diário desse sistema de eletrificação demanda uma rotina constante de manutenções. O trabalho é feito diariamente, no período da madrugada, quando não há operação com passageiros. “É quando a operação encerra que nossa equipe começa o serviço de manutenção da rede elétrica. Todos os dias, até as 4h da madrugada, equipes percorrem a via férrea vistoriando cada item, cada equipamento, e corrigindo eventuais ocorrências. Um trabalho noturno, que pouca gente vê, mas que garante o funcionamento dos trens elétricos no dia seguinte, a partir das 5h30”, explica Fellipe Coutinho.

Segundo ele, a maior parte das manutenções são demandadas por fatores externos. “São atos de vandalismo que envolvem arremessar objetos nos fios, soltar pipa próximo à rede elétrica e enrolar linhas na catenária, dentre outras ocorrências”, explica o engenheiro eletricista.

Saiba mais:

A operação por trens de unidade elétrica agrega vantagens para os passageiros, para o Metrofor e para a sociedade. Com esse modo de tração, deixa-se de utilizar combustíveis derivados do petróleo, eliminando a emissão de gases poluentes na atmosfera, contribuindo para uma agenda sustentável no transporte público.

Devido à alta tensão elétrica, a via férrea é completamente segregada, ou seja, livre de cruzamentos com ruas e avenidas, o que garante maior velocidade para os trens, e elimina-se os riscos de acidentes envolvendo veículos rodoviários. No decorrer de toda a Linha Sul, túneis e passarelas substituem os pontos de cruzamentos com ruas e avenidas.

04/09/2023 – Metrofor

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