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Linha 4 vai operar com capacidade reduzida

Obra de transportes mais cara conduzida a partir de oportunidade aberta pelos Jogos Olímpicos, o Metrô da Linha 4 custou R$ 9,65 bilhões, mas não estará em plena atividade operacional antes de 2017. O valor foi revisto em maio, passando de R$ 8,7 bilhões para o atual, por conta de aditivo de R$ 989 milhões no contrato. As obras chegaram a 95% de conclusão e serão inauguradas em agosto, a tempo para a Olimpíada. Mas o Metrô vai operar com capacidade reduzida durante os Jogos e apenas a quem tiver ingressos de alguma competição olímpica.

A população que não participar dos Jogos só terá acesso ao Metrô no final de setembro, e mesmo assim em horário restrito, possivelmente entre 11h e 14h. Isso porque, após os jogos, o Metrô da Linha 4 inicia a operação comercial em caráter especial durante um período de mais três meses, devendo entrar em plena operação com horários regulares e intervalos de quatro minutos apenas no início de 2017.

A implantação da Linha 4 acrescentará à rede metroviária existente a extensão de aproximadamente 16 km, ligando Ipanema, na Zona Sul, à Barra da Tijuca, na Zona Oeste, num total de seis estações. As estações Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, Jardim de Alah e Antero de Quental, no Leblon, São Conrado e Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, serão entregues de uma só vez. A estação da Gávea só estará pronta em 2018.

“Não há como o Metrô da Linha 4 funcionar em horário de pico no início de sua operação comercial. O Metrô só estará plenamente operacional quando tiver atingido sua maturidade, o que exigirá um prazo de 90 dias após o encerramento dos jogos”, anuncia Rodrigo Goulart de Oliveira Vieira, secretário estadual de Transportes. Ele esclarece que a Linha 4 não faz parte do compromisso olímpico, cuja infraestrutura previa a ligação Zona-Sul Barra apenas via BRT.

“O governo viu que podia unir esforços e deixar um legado para a cidade, executando uma obra que já estava licitada desde 1998. O projeto foi alterado porque a cidade era outra”, diz o secretário, defendendo a alteração do traçado, outro ponto polêmico da obra. O trajeto original passaria pelos bairros do Jardim Botânico e Horto com escavações em morros para chegar à Barra da Tijuca numa região onde poderia beneficiar uma população menos assistida.

No projeto atual, optou-se pelo traçado pela orla da Zona Sul, a área nobre da cidade. Vieira diz que, na época da licitação, o Metrô ia apenas até Botafogo e o consórcio escolheu na ocasião a via pelo Jardim Botânico. Mas, em 2009, quando o projeto foi retomado, a Linha 1 já tinha extensão até Ipanema.

Os custos da obra também superaram a projeção inicial. A obra foi orçada em R$ 7,5 bilhões além de R$ 1,157 bilhão para a compra dos trens. Só que o orçamento foi mais uma vez revisto e serão necessários outros R$ 989 milhões. De acordo com o secretário, o custo subiu em função de quatro fatores que justificaram serviços extras. O primeiro é que, em função na norma de segurança NFPA 130, foi necessário a escavação de dois túneis entre a Barra e a Zona Sul, um para ir e outro para voltar, porque o trecho é muito extenso. O segundo ponto é que a estação Gávea estava planejada para uma plataforma e o licenciamento ambiental exigiu duas, a fim de se prever futuras expansões. Esse foi o fator que adiou a conclusão dessa estação apenas para 2018. Além disso, ao longo da obra, foi proibido o tráfego de caminhões no elevado que liga a Barra a São Conrado e o material, que é usado para restaurar uma pedreira em Senador Camará, passou a ser levado por um trajeto mais longo. E, por fim, foi acrescida a estação do BRT em cima da estação do Jardim Oceânico do Metrô, por meio de um convênio com a prefeitura para se evitar ter duas obras no mesmo local.

07/06/2016 – Valor Econômico
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