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Fusão de Alstom e Siemens cria gigante europeu dos trens-bala

Aproximação entre as duas empresas criará novo grupo com participação paritária de alemães e franceses; sinergias da ‘Airbus dos trilhos’ serão de € 470 milhões em 4 anos

As gigantes industriais Alstom, da França, e Siemens, da Alemanha, anunciaram um protocolo para a fusão de suas atividades ferroviárias, criando o que vem sendo chamado na Europa de “Airbus dos trens” de alta tecnologia. O objetivo da reunião é fundar uma grande companhia europeia capaz de enfrentar com vantagem a competição internacional em áreas como a concepção e a construção de trens de alta velocidade e sinalização de ferrovias.

Para tanto, a Siemens vai ceder suas atividades à Alstom, que vai em troca lançar uma campanha de aumento de capital restrita à empresa alemã, que pode chega a 50% do capital. A decisão foi informada por comunicado ao término da reunião do Conselho de Administração da companhia francesa e do Conselho de Supervisão do grupo alemão. O objetivo do protocolo de acordo é “garantir a exclusividade de reunir suas atividades de mobilidade em uma fusão entre iguais”.

Em troca da cessão dos ativos ferroviários da Siemens, Alstom cederá a termo 50% de seu capital à alemã. A Siemens-Alstom terá sede na cidade de Saint-Ouen, na região metropolitana de Paris, e será dirigida pelo diretor-presidente da Alstom, Henri Poupart-Lafarge. Juntas, as empresas movimentam € 15 bilhões, e registraram resultado líquido de € 1 bilhão no ano passado.

A nova organização acionária ainda será definida, mas é provável que o Estado francês, que participa da gestão por meio de ações cedidas pelo grupo Bouygues, não se implicará mais na empresa a partir de 17 de outubro de 2017, e não exercerá opções de compra de 20 % das ações, ainda segundo o comunicado.

A transação provocou críticas de sindicatos franceses e do meio político, que temem a perda do controle acionário da Alstom, uma empresa histórica, criadora e fabricante dos famosos trens de grande velocidade (TGV, na sigla em francês), que fazem a fama do transporte ferroviário da França.

Horas antes do anúncio, o secretário de Estado adjunto ao Ministério da Economia, Benjamin Griveaux, foi ao Parlamento informar que a igualdade entre Alstom e Siemens será preservada. “O Estado tomará cuidado de uma coisa: que o casamento seja um casamento entre iguais, com a valorização respectiva das duas empresas muito próxima”, garantiu.

Outra garantia foi a manutenção dos empregos por quatro anos – 32,8 mil no caso da Alstom, e 27,1 mil no caso da Siemens Mobility – e do centro de engenharia e tecnologia. O braço alemão também não poderá exceder 50,5% do capital da nova companhia, cujas decisões estratégicas serão tomadas por maioria de dois terços.

Com a fusão, a direção da nova gigante espera economizar € 470 milhões nos próximos quatro anos em esforços de sinergias entre as ex-concorrentes. Além disso, Siemens-Alstom se recolocará no topo da concorrência mundial, como número dois em fabricação de trens e materiais e como o líder mundial em sinalização – uma área particularmente rentável na indústria ferroviária, em razão da virada tecnológica em direção a ferramentas inteligentes de gestão de tráfego.

O casamento provável entre as empresas francesa e alemã evita a fusão da Siemens com a canadense Bombardier, que teria isolado a Alstom, fragilizando sua posição no mercado mundial. Ao marcar uma nova aproximação econômica entre França e Alemanha, o negócio lembrou a analistas a criação da Airbus, gigante europeia da indústria aeronáutica e única empresa do mundo capaz de rivalizar – e eventualmente bater – a americana Boeing.

26/09/2017 – O Estado de S.Paulo
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